O carnaval é uma das manifestações populares que mais se aproxima de uma definição do povo brasileiro, que nasceu para viver em uma sociedade livre, tolerante e democrática, sem dúvidas. Privar a juventude dessas festas é um erro. Educá-la a se conectar com a alegria saudável da festa é uma obrigação dos pais e responsáveis, embora muitas famílias ainda não saibam que a raiz da unidade familiar reside no diálogo franco, aberto, honesto, com uma pitada de amor incondicional entre todos os membros. A energia do carnaval torna-se muito pesada com o passar dos anos por causa do pensamento que mudou, em relação à festa. Anteriormente o espírito do Carnaval era de brincadeira, alegria e festa. Hoje, há um comércio e para o mercado vem a droga, o turismo sexual, a criminalidade livre. Pesada significa densa, palpável, como o cheiro do cigarro nas roupas íntimas após uma noite na boate. Esse tipo de energia não é visível ao olho nú mas algumas pessoas podem senti-la no físico em forma de barulho no ouvido, saudade exagerada da folia, depressão, dificuldade de voltar à rotina do trabalho, menstruação irregular, vontade exagerada de fazer sexo, insônia, dor física indefinida, vontade de chorar sem motivo aparente, entre outras. Se a pessoa é usuário de drogas tudo isso se multiplica, embora algumas não recebam mais a informação dos neurônio corroídos pelas drogas. Depois do carnaval, algumas pessoas começam a querer viajar para as famosas “micareis”, deixando para trás dívidas, compromissos, pensando poder reproduzir aqueles momentos do carnaval, como um adolescente que não quer crescer. Essas vontades podem não ser da pessoa e sim a energia de outras pessoas grudada em você pelo vampirismo.
O pensamento é o melhor e mais eficiente transmissor de energia que existe. Imagine uma multidão como aquela das ruas de Salvador pensando ao mesmo tempo, no mesmo lugar, e sendo conduzida a pensar com os comandos dos trios elétricos, cujos líderes nunca demonstram ter muita consciência dos seus papéis. A temática das canções é basicamente sexo. No chão, a droga ocupa os corpos que confundem alegia com entorpecimento. As pessoas se vestem de forma provocante pensando em sexo. Os vendedores de venenos oferecem o sorrizo. O som dos tambores vibra na intensidade da tonalidade do chácra básico, que fica entre o órgão genital e o ânus. Um dia de tambor é suficiente para desequilibrar tanto quem toca como quem ouve. A vibração que é gerada aí é puramente sexual, densa, física e não sai da cabeça facilmente. É a mesma que abre caminho para os caboclos cachaceiros incorporarem nos terreiros. Muitos vampiros se alimentam naquelas multidões. A mistura de sons e tons faz o conteúdo emocional da multidão desmoronar como um sorvete fora da geladeira e o “líquido” desse sorvete é absorvido por cada fulião, de acordo com o conteúdo emocional individual. O uso de drogas, a falta de sono e a alimentação irregular aceleram qualquer processo, que pode ser mais intenso em algumas pessoas, chegando aos desmaios ou a perda do rumo, da direção, do senso crítico e alguma se apaixonam rapidamente – quase sempre por um turista sexual, isto é, a pessoa errada. Sexo é ótimo, a dois, com história a contar, com prazer, alegria e segurança de fazer, não nos escuros com desconhecidos regados a drogas e álcool.
A intensidade dessa convivência faz a energia individual se misturar com a coletiva, de forma que quando acaba o carnaval e as pessoas viajam para as suas vidas levam consigo essa energia como uma mala invisível, que permeia por muito tempo no corpo, na mente e no espírito de cada uma delas. A cidade fica um tempo sob um silêncio estranho, como se tivesse ainda cheia de gente mas não há ninguém – há milhares de imagens mentais andando como zumbis. Muitos morrem e muitos têm o corpo e o espírito assaltados. Há assassinatos. Nos meses seguintes ao carnaval, você vê pessoas que saem no meio da noite com o som do carro ligado no mais alto volume com as músicas do carnaval da Bahia, que está a quilômetros de distância daquele estado e o calendário já andou bastante. Se, passado o carnaval, você não conseguir tirar da cabeça a vontade de largar tudo e ir embora para Salvador, ou de comprar uma cabana e ir morar naquela praia, ou de trazer aquele baiano bonito que lhe beijou sem saber o seu nome, ou aquela garota linda que foi para a sua cama sem nem perguntar o endereço do hotel, então você está contaminado. Junte a essa informação o fato de você não conseguir arranjar, na sua própria cidade e nos dias normais da vida, um companheiro mas se apaixona por um folião qualquer. Então, o seu emocional está capenga mesmo e o único caminho é a terapia. É possível que o destino de alguém seja encontrar o amor da vida na multidão de salvador? Sim, tudo nesta vida é possível mas a percentagem de dá certo é mínima. Acontecendo algo semelhante, deixe que o tempo e a distância definam bem a relação, pelo menos um ano, para uma tomada de decisão. A maioria dessas paixões não dura um mês depois do carnaval. Falo aqui de Salvador, mas a energia do Carnaval é a mesma nas grandes cidades. Sinto dizer que já existem os amantes profissionais especializados na junção carnaval-pessoa carente à vista, iguais àqueles dos chats da internet — unicamente por dinheiro… como na Tailândia.
O que você pode fazer para ter um carnaval saudável é tomar banho todos os dias, usar roupas limpas, rezar, tomar suco de limão sem açúcar, só espremido na água, comer bem, não usar drogas, dormir bem e rezar antes de dormir, ou na praia, olhando para o mar ou para o Sol poente – pedindo proteção, e lembrar que aquilo é só uma festa e não a solução para os seus problemas emocionais. Imediatamente após o carnaval é tentar reaver a sua própria energia, realimentar o sistema de defesa do organismo e redirecionar o seu pensamento para a sua própria vida, de forma construtiva e saudável – ouvindo música oposta ao carnaval. Não se esqueça que você não pode ver o perfume no ar mas ele existe. Tudo que existe na terra contém formas diferenciadas de energia. As pessoas mais sensíveis, mesmo se refugiando numa praia ou fazenda ainda assim sentem a energia do carnaval de outras cidades. Não há como fugir da gente mesmo nem do inconsciente coletivo!
Muita gente volta do carnaval com hepatite, HPV, HIV, herpes, sífilis e outras doenças invisíveis porque tomou banho de rio, se alimentou de comidas feitas na rua, praia poluída, banheiros enferrujados, beijou desconhecidos, bebeu sem saber qual era a bebida, se hospedou em pensões e hotéis baratos que mal lavam pratos e toalhas. Então, se você se submeteu a algo parecido, faça pelo menos exame de sangue, fezes e urina mas lembre que algumas doenças invisíveis são facilmente transmitidas no carnaval como não têm cura. Depois disso, comece a se tratar pela alimentação. Coma as frutas da época ou faça suco, com prioridade para aquelas produzidas na sua região. Esqueça aquelas hortaliças e verduras dos supermercados porque elas são produzidas a quilômetros de distância e processadas com aqueles conservantes para parecerem frescas e verdes. Aquilo que não tiver o cheiro original você não compra, por exemplo: manga sem cheio não amadureceu no pé; Coentro sem cheiro tomou banho de conservante. Claro, se você fuma já não sente 100% dos cheiros originais. Compre tudo orgânico, nas pequenos produtores ou nas feiras. Essa regra não se aplica ao limão, aquele da caipirinha, porque ele tem defesa própria e você precisa tomar pelo menos um copo de suco de limão por semana, só água e o sumo, de preferência de manhã, em jejum, para alcalinizar. O sumo de limão com água alcaliniza o organismo e não danifica a flora intestinal, como muita gente erradamente pensa. Quem danifica é a casca do limão, que é ácida. Por isso, nada de liquidificador. A energia do limão é restauradora e protetora. É bom lembrar que tudo que entra pela boca, inclusive o beijo, vai para algum lugar dos nossos corpos físicos e sutis, quer você queira ou não, tenha consciência ou não.
Faça ginástica, ioga, Reiki, caminhe, tome passe e banho de rosas. Reze da maneira que você souber, mas não deixe de fazê-lo pelo menos uma vez ao dia. Quem lhe olhar de fora vai pensar que você é maluco, falando sozinho, mas, o que importa o que os outros pensam? Adicione uns dentinhos de alho na carne e pequi no arroz. Coma mandioca, pepino com casca, brocoli cru, alcachofra, tofu, soja, castanha do Pará e deixe no esquecimento, por um bom tempo, as carnes vermelhas, feijão e massas. Esqueça água gelada. Chupe carambola, manga espada, laranja e seja generoso na melancia com acerola. Deixe que os estrangeiros incutam na cabeça dos bobinhos que soja não é bom para a saúde e coma tudo de soja! A energia sutil da soja ainda não é muito conhecida, mas os seres espirituais já sabem para que ela serve, e a gente vai precisar muito dela nos dias que virão, com as mudanças climáticas. Não espere que “descubram”. Coma pelo menos uma vez por semana e me fale de rejuvenescimento daqui há alguns anos. Não tem nada errado com o carnaval e você já pode começar a economizar para o próximo. O que está ficando pesado a cada ano é aquilo que você viu nas ruas escuras, nos becos, no luxo de algumas escolas de samba dominadas, clubes suspeitos e que, a nível energético, não se separa dos foliões que pulam sob os holofotes das grandes avenidas e clubes. Assim como milhares de pessoas vão para essas festas pensando em se divertir, milhares também vão para se aproveitar da sua vulnerabilidade das pessoas carentes e sozinhas. Você pode não ter visto nada, mas estava tudo lá. Ninguém está imune, mas você pode fazer a sua parte. jjoacir@gmail.com
Por José Joacir dos Santos