Por José Joacir dos Santos
Meu primeiro contato físico com a Musicoterapia Oriental ocorreu em Hong Kong, na época a ilha ainda pertencia ao Reino Unido, através da orientação de um mentor espiritual. Fui literalmente empurrado a explorar esse conhecimento, em vias de desaparecer, e usaria em consultório muitos anos depois. Era o início dos anos 90. Cheguei em Pequim para viver cinco anos e o projeto saiu mais elaborado do que se imaginava. A princípio pensava que iria sofrer naquele país, mas logo percebi que algo mais estava sendo reservado para mim e não era ruim. Abri meu coração e passei a vivenciar experiências que transformariam a minha vida, para sempre. Conto detalhes desses acontecimentos no meu livro “Kuan Yin na Minha Vida”, já nas bancas e principais livrarias.
Sabia de antemão que, no Oriente, tudo o que se referia a medicina e terapias estava relacionado aos templos budistas e taoístas, não só na China mas em toda a Ásia. A própria Medicina Chinesa, antes da sistematização patrocinada pelo Imperador Amarelo, numa China cheia de “países” e reinados, era uma das ocupações de mestres e monges daquelas duas principais filosofias. Quando ocorreu a revolução comunista, com toda a destruição que uma “guerra civil” pode causar, templos e mestres foram mortos pelos revolucionários comunistas. O país pagou um preço alto pela guerra. Com o assassinato de monges, médicos e sábios, aquele conhecimento correu o risco de desaparecer. Quase no final da guerra, toda a elite do conhecimento fugiu para a Ásia inteira, especialmente para Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Tailância e outros países, levando tudo o que podia e assim a musicoterapia sobreviveu. Naquela época, havia pouco ou nenhum interesse pelo Ocidente pela musicoterapia oriental, que só chegou até aqui há menos de 30 anos.
Quando o futuro ditador Mao subiu ao poder, o país estava destroçado, com falta de alimentos, de médicos e remédios. O leite já tinha sido derramado, mas mesmo assim o novo governo conseguiu implantar, de volta, a Medicina Chinesa que hoje conhecemos, alijada de muitas matizes, inclusive do conteúdo espiritualista que era a base de tudo. Dizem que isso está sendo recuperado com os novos tempos. Todo o conhecimento da medicina oriental é proveniente da mediunidade. Com o tempo, a prática aprefeiçoou tudo. Mas, acupuntura, por exemplo, com registro de certa de cinco mil anos, foi organizada pela mediunidade de monges budistas e taoístas. Sem a mediunidade não tinha sido possível localizar os pontos essenciais da acupuntura, usados até hoje, porque o eixo que os segura, chamado de meridiano, é invisível ao olho nú e as máquinas ainda hoje tentam localizá-los. Nas escolas tradicionais daquela região da Ásia, acupunturistas tinham que treinar de olhos fechados para aprender a localizar os pontos como qualquer lutador de artes marciais. Não havia separação entre corpo, alma, emoção e espírito.
Todas as escolas que hoje são conhecidas como acupuntura, fitoterapia, massagens, artes marciais, musicoterapia, reencarnação, espiritualidade e uma infinidade de tradições nunca foram separáveis no Oriente. O samurai, japonês, tinha que saber um pouco de tudo isso. O lutador de Kung Fu e outras escolas também tinha que saber sobre medicina e fitoterapia, não só para si mesmo, mas contra o inimigo, parentes, amigos, etc. Muita coisa consegue no Oriente ainda mantém firme o princípio da não separação entre os corpos, embora o comunismo chinês tenha tentado tirar o espírito de tudo isso. Os países ocidentais nunca tiveram esse caminho. A Igreja Católica que é a mais antiga referência, nunca teve um sistema de saúde estabelecido e formatado. Eles nunca tiveram o caminho integral da saúde junto com o espírito. A precopação exagerada sempre foi com a imaginação sobre o céu e o inferno, endereços que jamais estiveram na agenda dos orientais. Nas américas, o pouco conhecimento natural que havia foi perdido com a chegada dos europeus e suas cruzes e pecados.
A musicoterapia era e ainda é, em muitas partes da Ásia, um complemento essencial nos tratamentos de muitos males físicos, mentais, emocionais e espirituais. A música sempre esteve presente nas cerimônias religiosas com a finalidade de harmonizar os ambientes e as pessoas para que assim elas pudessem melhor se conectar com as coisas do infinido dos céus e suas vidas na terra. Cada mundo, como cada ser humano, tem sua sintonia e seus tons primordiais codificados. A igreja católica copiou os sinos mas limitou sua utilização para efeitos de alerta, chamado para os cultos e movimentação durante as celebração. No Oriente, cada sino tem uma função específica, desde a função simples de sino ao uso terapêutico em ambientes e pessoas presententes nele.
Tingshas, gongos de metal e sinos
Há uma variedade imensa de tingshas e gongos de metal, desde o Tibete ao Japão, incluindo Nepal e em menor escala na Índia. Atualmente, os países onde essa tradição é cultivada, desde a fabricação dos instrumentos ao uso terapeutico, cerimonial e religioso são Nepal, Burma e Botão = dos três, o Nepal é o mais aberto e seguro para estrangeiros. Não é por coincidência que as regiões onde vivem as populações budistas é que se preserva mais essa cultura. Não se pode mais incluir o Tibete nessa lista porque depois da ocupação chinesa em 1948, muita gente perdeu a vida, as tradições e os costumes. Há tibetanos elixados por todos os países vizinhos, muitos deles tentam preservar alguns costumes mas nem sempre isso é possível. Há sinais de retorno e revigoramento na China, mas ainda é muito escasso.
Há tigelas Tibetanas ou Nepalesas ou até fabricadasa na China e na Índia e falsamente vendidas como tibetanas. de pouca qualidade e muitas vezes sem graduação alguma, vendidas nas feiras no Brasil, especialmente as vindas da Índia. Elas são apenas para dar início a cerimônias ou à prática de exercícios de yoga. Atualmente o Nepal ocupa a posição de melhor fabricante para todo tipo de material feito em bronze e outros metais. É possível comprar tigelas novas, recém-fabricadas, em Kathmandu, capital do Nepal, mas, mesmo assim, é preciso ter conhecimento sobre elas. No mesmo formato há as graduadas, feitas de materiais especiais e algumas até juntando os sete metais. Essas, sim, são raras e podem ser utilizadas para harmonizar inclusive chácras e também para finalizar iniciações (o metal utilizado parece prata). Há sinos tibetanos, sempre com os símbolos do budismo desenhados neles, que têm essas mesmas funções. Sinos e Tingshas graduados trazem sempre símbolos ou letras budistas desenhados em seu interior. Alguns têm dragões ou os oito símbolos do budismo gravados no seu exterior. Já testei sinos, na forma de chocalhos, utilizados pela igreja católica e alguns têm tonalidade que pode ser utilizada nas cerimônias dos antepassados e tocados todas as vezes que você acende um incenso no altar. Ainda hoje os tibetanos utilizam sinos para as cerimônias de exorcismo e limpeza. Antes de comprar uma tigela, leia muito sobre elas.
Há gongos de metal exclusivamente fabricados, e raros, para a utilização na harmonização e tratamento dos chacras. Esses também vêm com símbolos do budismo gravados no próprio metal. São poucas as pessoas, na China, que ainda trabalham na fabricação de gongos especializados para a musicoterapia oriental. No Nepal há mais. Essa atividade está quase paralizada no Tibete devido a ocupação política. Alguns desses gongos ainda podem ser encontrados nos mercados dos refugiados tibetanos na periferia de Nova Delhi, India, em Kathmandu, Nepal, e em lojas especializadas em instrumentos musicais nos EUA – algumas delas são vendidas pela internet mas esse tipo de material deve ser comprado ao vivo e em cores porque pela foto pode ter uma aparência e fisicamente pode ter sido amassado ou não ter qualidade instrumental. Um instrumento amassado perde a sua qualidade. Quem se interessar por este assunto, que é valioso, tem que investir muito, especialmente na busca dos instrumentos originais. Ao turista pouco escolado que chega a Kathmandu, Nepal, as lojas oferecem tigelas com desenhos de invocação budista, com chácras, mas o processo de imprimir aqueles desenhos tira a qualidade das tigelas.
Tigelas tibetanas de metal
As tigelas tibetanas de metal têm longa história e tradição. O povo tibetano sempre foi muito prática, de forma que fabricava essas tigelas para que elas tivessem múltiplas funções, desde a sintonização das meditações, trabalhos de cura, funerais (sacrifício de animais) e até as funções de vasilhas para tirar leite dos animais. Aquele povo nunca viu o ouro e outros metais como fonte de comércio, até muito recentemente, e fabricava esses instrumentos com os sete metais preciosos (prata, mercúrio, cobre, ouro, ferro, estanho e chumbo, não necessariamente nesta ordem). Até hoje o metal mais puro é o ouro mas é muito raro se achar uma tigela que contenha ouro. Cobre é o metal básico de todas elas. Depois de muito pesquisar junto a especialistas ou vendedores de tigelas e outros metais, você consegue arrancar dele quais os instrumentos que têm pelo menos três a quatro metais, menos ouro. As minas e reservas de ouro no Tibete não pertencem mais aos tibetanos…
Cada tigela, quando em perfeito estado físico, reproduz as notas com timbres diferentes. Cada órgão físico tem seu tom vogal original em estado de equilíbrio, assim como os chacras. Veja a tabela dos chacras em www.joacir.com.br. A garganta equilibrada ressoa no Fá. Como cada povo (e cada pessoa) tem uma constituição física diferente. O povo chinês tem deficiência da nota Fá. Essas tigelas podem ser utilizadas para meditação mas é preciso você conhecer o timbre, a sintonia (e a nota vogal) de cada uma antes de comprar. Isso é complicado se você for a um mercado porque os vendedores não tem a menor ideia do que você estará falando. Eles estão acostumados a vendê-las para turistas que vão utilizá-las para decoração e por isso não se preocupam com a qualidade terapêutica delas. Desta forma, antes de comprar, se programe, estude e tenha um instrumento eletrônico na mão para medir a frequência de cada tigela. As tigelas japonesas que se vendem em São Paulo, amarelas e as vezes pintadas de preto, são apenas para cerimônias religiosas e funcionam como os sinos católicos, nada mais. Nas lojas de instrumentos musicais do Brasil você acha pequenos equipamentos eletrônicos de medição de tons (decibelímetro).
Tenho larga experiência trabalhando com gongos de metal em clientes de psicoterapia. Alguns usuários de drogas, especialmente maconha, expostos a esses gongos, expelem os mais extremos odores. Desta forma, trabalhar com gongos exige que o terapeuta seja preparado e tenha um consultório capaz de dar apoio ao cliente, que geralmente precisam se deitar depois de uma sessão de 5 minutos sob o som de um gongo. Leia o artigo “Por que os músicos morrem cedo”, e você compreenderá a influência que os instrumentos exercem sobre as pessoas, mesmo apenas passivos ouvintes. Para ilustrar o trabalho com tigelas, sugiro ver esse link abaixo, encontrado na internet em 19/01/2014.
http://www.youtube.com/watch?v=OzTFATuOl2I
As tigelas de farelo de cristal
Os norte-americanos conseguiram fabricar tigelas de farelo de metal muito interessantes. A princípio fui contra a quebra de cristais de quartzo para essa finalidade mas depois do produto testado tive que recuar já que não há uma preocupação, no mundo inteiro, em preservar as minas de quartzo, inclusive no Brasil. Sabemos que cristais de quartzo são excelentes na memorização de informações e seu uso teria sido desenvolvido na desaparecida Atlântida. Há anos que cristais são utilizados em relógios, computadores e até em foguetes. Terapeutas Reiki programam os símbolos sagrados em cristais e é comprovada a sua eficiência na harmonização de ambientes e na transmissão da Energia Reiki para uso próprio e para clientes. As tigelas são sintonizadas, desde a fabricação, nos tons primordiais, de forma que são excelentes para o trabalho de sintonia dos sete chacras. É sabido que a doença nasce no espírito, isto é, antes de se projetar no corpo físico, a energia doente é criada pela própria pessoa ou por outra com a má intenção e penetra no campo áurico da pessoa (os buracos da aura), para se instalar até se materializar. Veja neste site a monografia sobre Psicossomática. O som tem a capacidade preventiva e em muitos casos também é efetivo na limpeza das energias desqualificadas no processo de materialização no corpo físico. Esse conhecimento ainda existe no Oriente, assim como existiu no antigo Egito. É muito arriscado comprar uma tijela dessas pela internete e as empresas não se responsabilizam porque elas são muito frágeis e precisam do próprio espaço. A maior vantagem da utilização de um instrumentos desses, de metal ou de cristal, é lhe habilitar a tirar o cliente de pensamentos obsessivos e dá um novo calibre ã aura dele depois de uma consulta. Por José Joacir dos Santos, jjoacir@gmail.com
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