Cresce a cada dia o número de publicações em inglês sobre espiritualismo, reencarnação, vidas passadas baseadas em pesquisa científica, aproximando mais a necessidade da psicologia reatar, com urgência, para o benefício dos pacientes, os laços quase perdidos entre a mente, o corpo, a emoção e o espírito. Os livros de Chico Xavier já são vendidos em inglês no Amazon.com. Parece que o momento é de quebrar os padrões antigos, os preconceitos infundados e os livros aparecem em quantidade, alguns assinados por médicos. Outro traço interessante é que os escritores e pesquisadores vem de sociedades antigamente fechadas ao assunto, assim como provam que essa conexão espiritual sempre esteve presente, apesar de ser ignorada pelas sociedades. Numa desses momentos do tempo, talvez orquestrado por quem de direito, fui apresentado ao médico Walter Semkiw, uma celebridade no assunto e autor de dois livros de sucesso sobre reencarnação: “Retorno dos Revoluncionários” e “Nascer Novamente”. Em “Retorno dos Revoluncionários” o pesquisador relata o caso da reencarnação de um grupo de pessoas que viveu e participou da revolução civil norte-americana, os quais estão reencarnadas hoje, influenciando mais uma vez o destino dos EUA. No segundo livro ele documenta as reencarnações de pessoas famosas da política indiana e de atores de Hollywood – mostrando gente famosa para ficar mais profunda a identificação com as vidas anteriores.
A linguagem usada no livro é a de um médico-pesquisador, sem entrar muito no mérito da questão espiritualista, embora os fatos falem por si. Ele conta que tudo começou como uma consulta espiritual, onde o médium incorporou e de cara o espírito disse quem tinha sido ele na vida anterior. Impressionado, ele pesquisou sobre a pessoa que ele teria sido, um dos presidentes norte-americanos. Aprofundou-se nas pesquisas e os casos de reencarnações de outras pessoas começaram a lhe aparecer do nada. O resultado é que ele acabou se dedicando a essas pesquisas.
Para o leitor brasileiro, acostumado com a diversidade cultural brasileira onde o espiritismo tem milhares de títulos publicados, a pesquisa do Dr. Walter parece simples e lógica. Mas para o público norte-americando é uma revelação impressionante, especialmente a comunidade médica. Ele diz que há vários aspectos físicos, emocionais (e de personalidade) e espirituais que carregamos ao longo das encarnações. “Podemos ser baixinhos numa vida e altos em outra, mas carregamos os mesmos aspectos faciais e gestos”, independente do sexo que nascemos. Segundo ele, de 10 a 20% dos casos, a alma alterna entre nascer homem ou mulher e mesmo assim os traços faciais são mantidos. Cerca de 80% das pessoas mantém a mesma sexualidade de uma vida para outra, e essa alternância teria a ver com a necessidade de aproximação dos fatores que facilitam a execução kármica.
“Tenho observado que as doenças mentais não persistem de uma vida para outra”, mas isto não está cem por cento comprovado. Ele concorda que temos o livre-arbítrio para mudar a direção originalmente planejada para a presente reencarnação, mas em muitos casos a pessoa morre e volta ao ponto onde deveria ter seguido da vida em que usou o livre-arbítrio para mudar de direção e não cumpriu o karma. Com relação a nascer pobre ou rico, o pesquisador diz que esse aspecto varia de acordo com a necessidade do indivíduo em trabalhar o seu próprio karma. E isso vale também para o tipo de religião que vai seguir, sendo comum a pessoa alterar a religião de acordo com a necessidade kármica – categorizando como completamente sem sentido a disputa entre as religiões. Uma coisa é certa: do Karma, ninguém escapa! Então, não torne a sua vida mais complicada do que poderá ser.
Só a compreensão dos aspectos acima levantados já seria o suficiente para curar inúmeros desequilíbrios emocionais originados na família e nos grupos devido a fatores como sexo, raça, cor, religião, aparências, tamanhos, essas coisas que fazem as pessoas perderem horas preciosas de suas vidas preocupadas com elas, sem que isso tenha muito significado e sentido no cômputo geral da necessidade do karma e da nossa história eterna. Tomara que a psicologia praticada no Brasil acorde para isso, com urgência! Falando deste assunto com uma cliente, ela me perguntou: como reconhecer que estamos saindo do caminho do karma? Respondi: fazendo o que realmente você gosta! Porque esta é a informação do Karma: a gente é atraído a gostar daquilo que é preciso trabalhar para evoluir – e com prazer! Uma coisa é fundamental: saúde. Então, não se maltrate. Sem saúde, você pode atrasar mais ainda a sua próxima vida. Por José Joacir dos Santos. jjoacir@gmail.com