Conhecido como o Buda da Infinita Luz e das Vidas Infinitas, Amitabha é um dos seres celestiais que optou, há milênios, por não renascer no corpo físico. Ele, como milhares deles, vive eternamente na “Morada do Pai”, a qual Jesus tanto fala, dedicado ao trabalho com os seres do nosso planeta. Sua imagem está gravada em montanhas e cavernas de toda a Ásia, especialmente Coréia, China e Japão. Algumas delas ainda estão intactas e datadas até de mil anos antes de Cristo. Muitas foram destuídas pelo regime comunista da China, dentro do Tibete. Um dos livros raros que traz fotografias de museus asiáticos com imagens pintadas é “Buddhist Paintings of Tun Huang”, editado por Lokesh Chandra e Nirmala Sharma. Algumas dessas imagens pintadas estão no museu de Nova Delhi.
Já no século II, da nossa era, o culto a Amitabha era popular na Ásia Central, e foi registrado por anônimos monges no sutra chamado “Sukhãvati-vyuha-sutra”, copiado de mão em mão e de século em século, o qual descreve o “paraíso de Amitabha” (a “Morada do Pai”, de Jesus). A primeira tradução desse texto para o idioma chinês foi feita entre 147-170 Antes de Cristo. O que mais impressiona na pesquisa é ver imagens perfeitamente sincronizadas de Amitabha pintadas no antes de Cristo na China, no Século VII na Coréia e no Século XII no Japão. Se você não conhece a Ásia não dá para compreender porque esses países parecem tão pertos e na realidade são distantes pela cultura, por causa das guerras e do comunismo chinês. Com tantas diferenças geográfica e políticas, a semelhança nas pinturas significa perfeita sintonia entre os seguidores de Amitabha e essa sincronia faz com que as imagens se perpetuem no tempo em quem com ele sintonizar. É como lembrar de alguém que a gente ama.
Como bom administrador, Amitabha criou em torno de si um séquito de oito Bodhisattvas (A expressão significa, em tradução literal em sânscrito “ser (sattva) de sabedoria (bodhi)”. Esses seres de elevada espiritualidade, completamente desatados dos conceitos humanos da sexualidade (já se livraram completamente do genero sexual, porque a sexualidade é apenas relacionada com o corpo físico, isto é, não tem nada a ver com a espiritualidade), estão ativos nos dias atuais. São: Sarva-Nívarana-Viskambhin, Vajrapãni, Ksitigarbha, Maitreya, Samantabhadra, Mañjusri, Mahasthama-Prapta e Avalokitesvara (Kuan Yin). Os mais conhecidos e festejados em toda a Ásia não-muçulmana são Maitreya (chamado o Buda do Futuro), e Avalokitesvara (Kuan Yin/Kannon). É impressionando como em pleno século XXI o culto a essas entidades cresce a cada dia. Falta esse conhecimento no Brasil.
Esses oito Seres de Sabedoria são tão elevados e atuantes nos dias de hoje que se manifestam de acordo com a necessidade de quem os invoca. É fantástico ver as pinturas centenárias e compreender o grau elevado de compaixão de todos eles. Por exemplo, Kuan Yin (feminina em no resto da Ásia e hoje na Europa e Américas; Kannon, no Japão, masculino). Nas pinturas de mil anos para cá, de acordo com a fé do monge-pintor ela/ele se manifestou de uma forma. Quando o monge japonês, coreano ou tibetano pensou de forma masculina, a imagem que ela/ele lançou a sua mente para projetar na tela foi masculina e incluiu bigode e costeleta (Kannon). Quando o monge pensou na compaixão e no perdão, Kuan Yin se manifestou de forma feminina e doce. Ainda é assim hoje em dia, de forma que Kuan Yin não faz distinção alguma sobre a sexualidade de quem invoca a sua presença e o seu amparo. Os seres espirituais ocidentais estão no mesmo caminho, apesar do atraso da Igreja Católica.
Maria, Mãe de Jesus, ignora completamente a sexualidade de quem lhe roga. Apenas a Igreja Católica ainda não descobriu isso. O Papa Francisco deu um sinal para que as pessoas com sexo e abordo em suas cabeças façam alguma coisa mais interessante na vida, mas ele sabe a resistência que existe nos velhos portões do Vaticano entre o clero arrogante e de falsa moral.
Essas entidades, orientais e ocidentais, ignoram as religiões porque o que interessa mesmo é a fé e o coração de cada um. Maria, assim como Kuan Yin, aparece e conversa diretamente com aqueles que se aproximam de coração puro, em várias partes do mundo, mesmo para não-católicos. Quando ela se manifestou em Fátima, Portugal, escolheu pastores de ovelhas, pobres, longe da Igreja. Uma característica da presença de ambas é um choro que não é triste, mas, sim, de emoção, consolador. As pessoas choram em Fátima, sem querer.
De acordo com antigas profecias, está programada a vinda de Maitreya, em todo o seu esplendor, na chamada Era de Ouro, a qual coincide com as histórias do Calendário Maia. Mas, não há previsão de fim de mundo. Muito pelo contrário, será uma época de muita luz, compaixão, felicidade, onde os conceitos arcaicos de “castigos de Deus” serão sepultados. Esse tempo já bate na nossa porta e talvez coincida com a queda de severos regimes políticos asiáticos. jjoacir@gmail.com
Por José Joacir dos Santos