Por José Joacir dos Santos
A minha geração já alertava, nos anos 80/90, para os sinais de que o mundo estava doente. O meu colega de sala de aula Renato Russo até colocou isso em uma de suas canções. Era muito constrangedor ver as pessoas morrerem de Aids e a imprensa exaltando ídolos que se drogavam. Na universidade, se você falasse mal de maconheiros corria risco de vida. Hoje, o mundo está profundamente doente e agora a fronteira é a última: a mente! Quando você imaginaria um presidente da República publicar vídeo pornô em pleno carnaval e achar que o ato era político? Mas, político em que sentido? Liberar a pornografia?
As redes sociais brasileiras estão penduradas de gente doente. A violência é o primeiro sinal da doença. Não se pode mais sequer elogiar uma pequena notícia porque você recebe um caminhão de respostas agressivas, profundamente invasoras e cheias de julgamento por parte de ilustres desconhecidos. A internet deu poder às classes mais ignorantes da sociedade, ricos e pobres. O povo brasileiro tomou decisões eleitorais com base no ódio, orquestrado por grupos de interesse no caos político porque quanto mais caos mais fácil fica a tomada de poder por quem não tem nada a oferecer, em nome até de deus.
Ministros e supostos líderes religiosos, as vezes as duas coisas juntas, pessoas que ocupam cargos de destaque, fazem pronunciamentos preconceituosos e anticultural em uma sociedade multicultural como a do país. Bastou apenas um carnaval para o povo mostrar o arrependimento de sua lamentável decisão política para protestar contra o governo que não enxerga um palmo na frente do nariz.
Quando a mente adoece é como a água que navega nos lençóis freáticos: tudo adoece. Precisamos agir e continuar agindo na direção contrária, tentando espalhar a fé limpa de preconceitos e a esperança em dias melhores porque o planeta tem que continuar vivo, forte e saudável. Eu não tenho filhos pequenos, mas me preocupo muito com o futuro das gerações porque o mundo não me pertence e se pertencesse eu não teria o direito de destruí-lo. Eu não sou líder religioso nem militar, mas se fosse teria o peso da responsabilidade e do carma coletivo nas minhas mãos. O país vive um momento dos mais perigosos, com autoridades dando poder às mentes mais doentes possíveis.
Um famoso lutador de artes marciais espancou uma mulher por quatro horas seguidas e ao ser preso disse que não se arrependia e que o que mais queria era “sair do país”, como se o país fosse responsável por sua própria violência. O presidente da República ao tentar justificar a publicação de vídeo pornô gay teria dito que aquilo era apenas um ato político, lembrando que ele foi eleito com o apoio de igrejas evangélicas antigay. Então, o “ato político” justificaria a imagem pornográfica?
Sim, faz muito tempo que o país mergulha em inversão de valores, com a ajuda da imprensa, de políticos e da maioria da população que finge que não tem nada a ver com isso.
Precisamos, caro leitor, reagir a tudo isso. Quem sabe a minoria não está conseguindo repassar a energia da esperança e do amor… Não adianta mais falar em Jesus porque esse nome virou produto no mercado dos falsos profetas. Falemos apenas em amor e esperança, em forma de oração, fortalecendo nossas mentes para evitar o contágio espalhado pelo inconsciente coletivo em que vivemos.