Por José Joacir dos Santos
Antes do aparecimento da internet, a masturbação foi condenada por grupos sociais e religiosos e classificada como “pecado”, prática imoral e prejudicial à saúde. Com o aparecimento da internet e consequentemente o acesso fácil a estudos cientificos sem que o indivíduo tenha que se deslocar para uma biblioteca, a principal arma da repressão social e do “castigo de deus” das igrejas católica e evangélica perdeu seu poder. Hoje em dia só se escravisa nas religiões quem tem uma forte queda cármica para a dependência emocional ou quem tem questões culturais pendentes advindas da ignorância e da cegueira religiosa. Há pessoas que precisam de um deus poderoso, forte, que castiga.
A masturbação entre duas pessoas que se querem ou que se amam é sadia, benéfica e até ecológica. Aquela praticada no isolamento pode não ser o melhor caminho porque o sexo com outra pessoa é muito mais prazeiroso, sadio, equilibrado e feliz – especialmente se é consensual.
Em recente programa do serviço em espanhol da tv BBC, o médico, antropólogo e especialista em medicina sexual Mariano Rossello Gaya, anunciou cinco benefícios da masturbação, que a maioria pensa que é uma prática esclusivamente masculina:
Alívio de dores mentruais; fortalece o sistema imunológico; melhora o sono; gera uma sensação de bem-estar; e melhora a relação do casal. Há outros estudos que apontam ainda como benefício para a circulação sanguínia, a saúde da próstata e o alívio do estresse. Entre especialistas no assunto, é unânime que o excesso de masturbação é prejudicial porque enfraque o corpo físico e cria vínculos mentais e emocionais falsos com revistas, filmes, imagens, pensamentos obsessivos etc. Há pessoas que podem se tornar dependentes. Outras podem ver um filme e outro e nunca mais. É muito comum adolescentes se masturbarem várias vezes ao dia e isso faz parte do processo revolucionário do corpo físico naquela fase da vida. Por isso é que eles precisam de alimentação adequada.
A masturbação aliada à pornografia, por filmes, por exemplo, é prejudicial porque pode desenvolver um ambiente mental negativo e atrativo para espíritos perdidos e vampiros sexuais. Se as práticas também estão incluídas drogas, a situação energética pode complicar e ficar muito negativa. Quando um indivíduo tem companheiro, seja homem ou mulher, e procura satisfazer-se através da prática da masturbação solitária ou coletiva com filmes pornôs pode ser um sinal de que a relação entre o casal está prestes a ruir. Pessoa depressivas, seja a depressão temporária ou crônica, que em vez de procurar um tratamento se isolam nas práticas sexuais solitárias podem aprofundar seus processos emocionais — e precisar de intervenção externa para tratamento psicológico. Como já disse em outros artigos, a pornografia infantil é doentia e também é um caso de polícia. Sexo não é doença. Há pessoas traumatizadas com o próprio sexo por violência familiar ou social e essas precisam de tratamentos com especialistas na área de saúde. Religiosos não estão preparados para esse trabalho. Há os que se arriscam mas ao mesmo tempo se expõem em suas próprias fraquezas e necessidades.
Veja um resumo da entrevista com o Dr. Mariano Rossello Gaya
“A masturbação pode aliviar dores, especialmente aquelas relacionadas com a menstruação e outros sintomas ginecológicos.
Masturbar-se durante o período menstrual tem o efeito de prevenir e diminuir as moléstias que costumam ocorrer no período.
Todas as substâncias químicas que se produzem na corrente circulatória ao ter um orgasmo atuam de maneira analgésica contra as dores pré-menstruais.
Também se produz uma desinflamação da zona genital devido à liberação das mesmas substâncias, que faz com que a pressão que as dores provocam diminua e, com elas, também o desconforto”.
Segundo artigo publicado na Sexual and Relationship Therapy, o sistema imunológico dos homens que se masturbam funciona melhor.
“Nos homens, o fato de que a via seminal e os dutos ejaculatórios levam o sêmen para fora evita que sejam produzidas infecções de bactérias oportunistas exteriores.”
“Há estudos que demonstram que indivíduos que experimentam número maior de orgasmos geram um nível maior de imunoglobulina A (IgA), que é um anticorpo.”
Assim mesmo, uma pesquisa do Cancer Epidemiology Centre de Melbourne, na Austrália, indicou que os homens entre 20 e 50 anos que se masturbam mais de cinco vezes por semana têm menos possibilidade de desenvolver um câncer.
Alguns estudos também indicam que em mulheres a atividade previne endometriose, doença que pode provocar infertilidade feminina.
Também se fala de prevenção de infecções, pois a atividade contribui para que se abra o colo do útero e libere mucosidade e fluidos cervicais.
Há muitas formas de tratar a insônia, mas uma agradável, segura e natural é se masturbar, principalmente para os homens.
Segundo o especialista, “depois do orgasmo é liberada uma série de endorfinas, hormônios, catecolaminas e citocinas que atuam como relaxantes químicos que induzem ao sono”.
“O conselho francês de pesquisa médica publicou um trabalho neste sentido no ano passado e outros autores puderam constar e publicar isso”.
A ejaculação pode provocar sono devido ao incremento do hormônio de prolactina e a queda da dopamina, o que explica a sonolência que se produz após o orgasmo.
Masturbar-se é bom para ter uma boa saúde tanto em níveis biológicos como psicológicos.
“A liberação de endorfinas e catecolaminas rebaixa aos níveis de estresse e melhora nosso estado de ânimo”, disse Roselló.
Um mito muito difundido prega que a masturbação arruína relações sexuais com o cônjuge. Segundo especialistas, isso é absolutamente falso.
Na verdade, é o oposto.
Masturbar-se favorece a melhoria das relações sexuais, já que ao fazer isso a pessoa aprende muito sobre seu corpo, suas reações, seus estímulos sexuais, fazendo com que o sexo seja muito mais prazeroso. Mas não é só isso. “Em geral, a atividade sexual e a intimidade entre o casal devem ser cultivadas. Ter bons orgasmos consolida a relação e, assim, a convivência familiar”, conclui Roselló.