Por José Joacir dos Santos, psicossomatista
Há pessoas que travam no tempo. O travamento pode ser causado por questões emocionais reprimidas, mal-resolvidas ou ignoradas. Também há o componente saúde física que deve ser considerado para todo e qualquer caso. Como não é possível separar o corpo da mente, da emoção e do espírito, cada indivíduo dever ter a sua história bem analisada antes de qualquer tipo de tratamento porque não nos livramos da memória celular dos nossos antepassados carnais. O coletivo da população que se sente vira-lata no país é um excelente exemplo disso, por várias razões.
A ameaça física e mental é a situação que mais danifica o ser humano e isso gera o travamento pelo medo. Quando o medo é prolongado, o dano é maior. Dependendo do tempo em que a pessoa foi submetida a situações vexatórias de medo, humilhação, bullying, repressão ou castração religiosa ou de qualquer outra fonte o travamento pode ser curado ou não. As conseqüências desses estados emocionais desequilibrados podem ser transmitidas geneticamente de geração para geração, pela memória celular do corpo e do sangue. Um exemplo claro disso é o que se chama de complexo de vira-latas de parte da população brasileira.
De onde vem o complexo de vira-latas de parte da população brasileira, manifestado todos os dias nos grupos sociais da internete, nos estádios de futebol, nas entrevistas à imprensa (que agora é partidária)? Esse é um estudo profundo a ser feito com metodologias científicas, mas eu tenho uma dica: quantos anos o Brasil viveu sobre a escravidão de africanos e seus descendentes? O escravo era obrigado a odiar tudo o que era seu, da sua cultura, da sua origem, para bajular a cultura estrangeira européia. Se não se submetesse a isso, pagava alto preço e até com a própria vida. A dor, a rejeição, a agonia e a tristeza profundas foram cravadas no DNA daquelas pessoas, transmitidas de geração em geração aos seus descendentes e podem ainda hoje estar ativadas. Quanta gente vive melancolicamente e insatisfeita com tudo na vida? Quanta gente se recusa a estudar e a progredir socialmente de forma honesta nos guetos e favelas do Rio de Janeiro, por exemplo? O país só tem 500 anos, é muito pouco para eliminar uma memória celular de tamanho sofrimento como foi a escravidão. Roubar e assaltar pode gerar uma satisfação de vingança, embora não seja consciente ou revelada. É a vingança contra si mesmo, embora inconsciente possa ser contra o coletivo.
Os escravos foram libertados pela lei, mas deixados à própria sorte, sem uma compensação social. O país avançou no tempo e aqueles que carregam essa semente contaminada ficam sempre para traz. O sentimento de escravidão não é liberado por uma lei. É fácil ver a marca da escravidão nas cidades brasileiras onde há grande concentração de afro-descendentes. No Sul do Brasil, a população branca de origem européia, imigrante, tem dificuldade de sorrir, relaxar e viver o momento presente porque carrega consigo ainda a memória celular do sofrimento das guerras européias e do exilo obrigatório no Brasil ou no Sul das Américas. Nos países onde há descendentes de muçulmanos a situação não é diferente. Nos ataques terroristas na França, os líderes eram muçulmanos nascidos no próprio país, contaminados com a filosofia da matança em nome de Deus, que está nas veias.
A memória celular do sofrimento dos antepassados pode ser tratada com terapias energéticas como Reiki, combinadas com florais, psicoterapia e homeopatia. A dica é olhar para as nossas tendências de emperrar, de se saciar no sofrimento e na dor, da auto-refeição, na exclusão, por exemplo: a pessoa só ver tristeza em tudo na vida, mesmo sendo nas olimpíadas, que são jogos consagrados da humanidade, e não tem nada a ver com os problemas sociais do país que sedia; Lá fora está um lindo dia de sol e a pessoa diz que está quente demais; o jogador faz muitos gols e salva o time nas olimpíadas e a pessoa diz que ele é arrogante; há inúmeros artigos publicados dizendo que iniciação de Reiki tem que ser presencial, mas a pessoa diz que não acredita porque tem gente que oferece isso pela internet; faz mais de 500 anos que a pólvora foi descoberta na China e tem gente pesquisando de onde veio a pólvora. E assim por dias. A pessoa que carrega a informação de melancolia ou sofrimento no seu DNA trava diante de qualquer coisa em contrário, mesmo sendo um momento de alegria.
Lembro de uma viagem na qual uma pessoa da minha família estava doente e não podia mastigar. Viajamos bastante e paramos para almoçar em um bom restaurante na estrada. Negociei na cozinha para que eles passassem a comida daquela pessoa em um liquidificador para que ela se alimentasse sem mastigar. O pessoal foi muito atencioso e fez tudo com muito carinho. A pessoa mexeu pra cá e pra lá com uma colher e não comeu porque disse que a comida estava salgada. A pessoa da cozinha tinha sido instruída a não salgar a comida e olhou para mim com os olhos arregalados. Sim, a comida não estava salgada mas aquela pessoa tinha que se alimentar da doença e da tristeza de estar doente. Quem sabe qual a memória estava rodando no DNA dela?