Por José Joacir dos Santos
Finalmente chega a acadêmicos a preocupação sobre o contágio social e coletivo através das redes sociais. As idéias politicamente incorretas e a inversão de valores são o vírus da vez. As vezes esse vírus vem de países estrangeiro, mas hoje o idioma que mais espalha esse contágio no Planete é o brasileiro. Grupos criminosos especializados também descobriram que podem usar a internet para influenciar jovens, pessoas adultas e maduras com suas ideologias escabrosas, criminosas e infelizes, onde o caos é o objetivo – o sangue corre no noticiário. Em muitos dos casos de atentados terroristas já há sinais de que os atores foram recrutadas como “zumbis” até por canais como o facebook. Esses zumbis tem uma característica: fazem escolhas pobres e perigosas, baseadas em falsos julgamentos. Enquanto pais ou responsáveis estão fora de casa ou dormindo, menores estão conectados com esses grupos e espelhando neles a agonia da adolescência, da insatisfação pessoal, dos desajustes emocionais familiares, da irresponsabilidade por falta de amadurecimento, afeto e educação familiar sólida – há famílias que nunca tiveram princípios.
Estudiosos no assunto, inclusive cientistas contratados pela empresa do facebook, já concluíram estudos segundo os quais as opiniões negativas, manifestadas de qualquer forma, inclusive através de fotografias e vídeos, têm poder sobre quem com elas se conectam. Conteúdo negativo influencia negativamente quem a ele tem acesso. Conteúdo positivo também desperta a produtividade e a disseminação de opiniões positivas e isso não é novidade. O que ocorre hoje é que a ação é imediata. Em um segundo a pessoa espalha uma falsa notícia ou um conteúdo negativo por toda uma rede social, família, amigos, influenciado seu comportamento e sua vida a partir da leitura daquele conteúdo. Há pessoas grudadas na internete noite e dia espalhando tudo que aparece, sem fazer o menor julgamento, sem discernir se aquilo é falso ou verdadeiro, positivo ou negativo e espalha na rede para parecer que está “atualizado”.
Todos sabemos como o ódio é poderoso e contaminador. Há religiões sanguinárias cheias de conteúdo mentiroso, falso, devastador e que tem uma capacidade imensa de lavar o cérebro de pessoas afetivamente vulneráveis, com baixo nível de educação familiar, vínculos sociais duvidosos e, acima de tudo, baixa auto-estima. Basta lembrar o que ocorreu antes, durante e depois da Copa do Mundo de futebol e nas olimpíadas sediadas no Rio de Janeiro. Milhares de brasileiros foram contaminados com ódio e ajudaram a espalhá-lo em escalas poderosas antes, durante e depois das olimpíadas. Muitos dos boatos de ódio nunca foram comprovados mas o ódio contido neles foi espalhado com sucesso, rapidamente, em todas as camadas sociais, especialmente entre aquelas pessoas que mudam de lado de acordo com o vento – mudam de religião, de opinião, de partido político ou estão sempre indo contra qualquer coisa. Adicione a isso o medo contagioso de doença com a campanha estrangeira contra o Brasil, criando pavor em nome do vírus da Zika, encefalia e outras doenças com a intenção de esvaziar os estádios durante a Copa e as olimpíadas.
A intenção de perpetuar o povo brasileiro na faixa de onda da negatividade, da baixa auto-estima, do ódio contra si mesmo, é vantajosa, segura e faz efeito imediato. Até a Organização Mundial da Saúde publicou pronunciamento dizendo que sequer um caso de Zika foi registrado nas olimpíadas. Há pessoas que perdem precioso tempo de suas vidas rebaixando o país, a cultura brasileira, o ser brasileiro, como se isso tivesse fundamento. Guias turísticos do Rio de Janeiro incluem nos seus roteiros as favelas pobres, miseráveis, mas que ninguém toca nelas, especialmente os moradores, para dar aulas de autodestruição aos turistas. Cospem em si mesmo, nos seus antepassados e nas gerações futuras.
A imprensa brasileira tem sido um alvo fácil de notícias faltas, contaminadoras, cheias de ódio. Parece que o profissionalismo jornalístico acabou. Quem não conhece o programa de tv chamado “Bom dia Brasil”? Tem metralhadora pior do que amanhecer o dia e sua tv, que foi caríssima, despejar sobre você e sobre sua família 20 noticias sobre crime e desgraça?
O resultado desse descaso do povo brasileiro é e será responsável por inúmeras doenças emocionais que se projetarão no corpo físico em forma de câncer e outras doenças da perda de imunidade. Nada vai com o vento. Tudo o que é dito, pensado, falado, espalhado pelas redes é gravado na memória celular de quem espalha, quem divulga e de quem ler. Mais tarde essas pessoas ocuparão lugares na rede hospitalar pública que elas tanto desprezam. É muito triste falar de tudo isso.
O contágio emocional que entra pelos nossos celulares, a cada minuto, em tempo real. Muita gente não tem saída nessa contaminação. Pessoas isoladas, carentes e solitárias apegam-se aos grupos da internet como quem se apega a uma razão de viver. Em um país onde há escolas e universidades gratuitas, a população vive de se automartirizar, grudada nas coisas dos governos e dos políticos, sem independência de pensamento. O ciclo é tão vicioso que nas próximas eleições elas votarão nos mesmos ladrões, corruptos, aproveitadores e até religiosos, todos agora famosos, usuários de tapetes vermelhos – dentro e fora das cadeias. A polícia prende o líder de uma quadrilha e a família assume o controle dos negócios. E ai de quem tocar nos que estão nas cadeias porque as mulheres se reúnem fora da cadeira para protestar contra os direitos humanos…
Há pouca alternativa de saída para o contágio emocional coletivo. Qualquer receita seria rechaçada e negada como rechaçam e negam os viciados em maconha. Quem consegue viver sem um celular hoje em dia? Assim, se há uma receita ela é antiga: desligue-se dos grupos sociais e viva a sua vida dentro dos princípios da honestidade física, mental, emocional e espiritual.