Pesquisadores da Faculdade de Medicina Warren Alpert, da Universidade Brawn, EUA, concluíram que mais da metade dos diagnósticos de transtorno bipolar nos Estados Unidos estão errados. A pesquisa foi publicada no Journal of Clinical Psychiatry (www.psychiatrist.com), em 6 de maio, mas divulgada eletronicamente só para assinantes, como parte do trabalho “Transtorno Bipolar é Diagnosticado Exageradamente” (Zimmerman M, et al). Talvez a decisão de publicar o trabalho restritamente atenha-se ao fato de que faz parte da conclusão do trabalho a acusação de que o motivo principal dos diagnósticos errados e exagerados é simples: diante de um paciente agitado e difícil, o médico prefere dá um diagnóstico qualquer para começar a medicar, isto é, se livrar do paciente já que a fila de espera é grande; o outro motivo não é surpresa: alguns médicos vinculados à indústria de medicamentos, confortáveis com os “presentes” mensais, não têm forças para dizer não à pressão agressiva dos poderosos laboratórios farmacêuticos, os mesmos que manipulam o que é médico e ou que não é médico. Muitos casos de agitação, insônia e depressão associada a isso foram rotulados de transtorno bipolar, sem sequer ser considerada outra alternativa de tratamento. O grande perigo dessa manipulação é que os medicamentos psiquiátricos, ingeridos por quem não necessita, provocam o efeito colateral do adoecimento. Os tempos mudam, a história fisiológica e mental das pessoas está mudando constantemente e a psiquiatria continua com óculos escuros… Que será? Se isso ocorre nos Estados Unidos, o que deverá ocorrer em outros países? As pessoas poderiam ser simplesmente tratadas com psicoterapia, mudança alimentar, de hábitos e ervas, mas isso não é do interesse da indústria farmacêutica ligada à psiquiatria. O trabalho é o mais recente dedicado a esse estudo específico, e faz parte de um projeto novo daquela universidade chamado Midas, o qual tem como objetivo melhorar os diagnósticos e serviços ligados à psiquiatria, fundamentado na parceria entre a comunidade e os serviços de psiquiatria – no qual o paciente tem a chance de ser ouvido. A pesquisa incluiu 700 pacientes de psiquiatria e foi utilizado o método SCID (Structured Clinical Interview) recomendado pelo DSM. O questionário é exaustivo e pergunta diretamente quantas vezes o paciente foi diagnosticado com transtorno bipolar e maníaco depressivo. Em um grupo de 145 deles, diagnosticados com transtorno bipolar e maníaco depressivo, 63 estavam erradamente diagnosticados tanto numa coisa como noutra. Resultados como este estão cada vez mais vindo à tona, e não é coincidência de que só agora o público e a comunidade da saúde toma conhecimento: o governo Bush está com os dias contados… E a liberdade de expressão, mais uma vez, chega antes que seja tarde. jjoacir@gmail.com (este artigo foi publicado durante a campanha que elegeu Obama. Se Obama não fosse favorito jamais este artigo teria sido publicado…)
Por José Joacir dos Santos