Por José Joacir dos Santos (*)
Como já disse em outros artigos, vícios evoluem assim como as doenças mentais. Isto é, a pessoa que é viciada em maconha, se tiver dinheiro e oportunidade, acaba consumindo cocaína e outras drogas porque o corpo se habitua a excitações e não consegue mais viver sem elas. O cérebro e os neurônios são incapazes de discernir até o perigo que oferecem inocentes medicamentos para dormir. O que existe em comum nas pessoas que caem nessas armadilhas é a fata o interesse ou a perda original de interesse pela vida. Esse processo de adoecimento físico, mental, emocional e espiritual com o auxílio da droga desemboca no buraco das alterações do humor: patologias emocionais e mentais. Pequenas questões não resolvidas, da mesma forma que uma gripe mal curada pode se transformar em asma.
Uma das mais comuns nos dias atuais é a esquizofrenia. Mediunidade (vidência, por exemplo) e esquizofrenia ainda não deixaram de ser confundidas por profissionais de saúde, embora sejam bem diferentes. O que ocorre com muitas pessoas de mediunidade elevada, mas não aceita ou não-desenvolvida, é que elas são facilmente seduzidas por obsessores e vampiros, mais conhecidos pelos evangélicos como demônios (veja a diferença no meu livro “Abuso Sexual Espiritual é Real” para trabalhar do outro lado da luz.
É preciso lembrar aqui que o recrutamento para o trabalho com a escuridão da alma é feito por seres capacitados e experientes. Eles são capazes de ler a história mental, emocional e espiritual das pessoas que vão selecionar para o trabalho de combate à luz. Hoje em dia isso ocorre muito com médiuns, trabalhadores de centros espiritas e similares. Não deixa de afetar mestres Reiki mal treinados e, acima de tudo, há um código infalível na carta dos recrutadores: aquelas pessoas com carências afetivas crônicas, com tendências a se drogar, infelizes, pessimistas, ávidas por poderes mágicos e até aqueles com tendências suicidas. Quem são essas pessoas? São aquelas que têm a capacidade de ocultar o sofrimento, a própria história. Nos Florais de Bach seriam a personalidade da essência Agrimony – escondem o sofrimento com um sorriso. Nesse mesmo leque estão aquelas que guardam muito ódio, rancor, pessimistas e facilmente influenciáveis como as que vivem na internet repassando mensagens e vídeos que muitas vezes nem leram ou ouviram. Pessoas equilibradas também são assediadas todos os dias, por isso precisa orar e vigiar o tempo todo. Depois dos celulares e da internet, o assédio espiritual do outro lado da luz ficou mais rápido, fácil e efetivo. Eles recrutam as pessoas mais improváveis, inocentes ou com pouca inteligência.
Um tipo muito comum entre mestres e terapeutas Reiki ou pessoas que passaram por iniciações de outras técnicas energéticas é aquela pessoa tem muita dúvida: do que faz, da espiritualidade, de milhares, disso e daquilo. Duvida não só de si mesma, mas do mundo, como se tivesse aterrissado ontem e veio para descobrir a pólvora. Sofre de altos e baixos, vive batendo na porta de videntes para saber detalhes da sua própria vida etc. Na pressa dos consultórios psiquiátricos, muitos são diagnosticados como bipolares e outras patologias. Há os malformados ou que não estudaram com afeição ou, ainda, os que escondem ganâncias financeiras por trás do interesse em terapias que não tem conselhos políticos com poder de polícia. Querem ser reikianos porque Reiki está no SUS, nos hospitais, de fácil acesso.
Esse tipo biológico e fraco, que não se trabalha com as próprias energias que se habilitou, é fortemente atraído por terapias que vendem a imagem de forte e poderosa, como apometria, barras disso e aquilo. No caso da apometria, os praticantes acabam facilmente sendo levados a outros níveis de “desenvolvimento” e se tornam poderosos. Da noite para o dia eles acreditam que são “capacitados” em muitas técnicas energéticas. Uma simples e desconhecida mestra Reiki do Sul do Brasil, que foi recrutada pela apometria, se declara: grã-sacerdotisa da Grande Fraternidade Branca, que não tem escritórios da terra; que é ordenada diretamente pelo Mestre Saint Germain, que não faz iniciações desse tipo na terra; alquimista vibracional cósmica, isto é, não é só do planeta Terra, ela tem domínio sobre outros planetas; diz ter sido iniciada por “comandos estelares”, que todos nós sabemos ter vertentes duvidosas e até estudadas pelas Nasa. É muito comum essas pessoas adicionarem uma palavra que não cabe, pela própria natureza da energia: Reiki. Então a gente ver gente anunciando terapias “quânticas”, grandiosas, como o tal do Reiki Quântico, inclusive outras que adquiriram com falsos mestres de Reiki. Elas copiam facilmente o conteúdo e os símbolos de Reiki a da internet. Esse Reiki geralmente é prometido como sendo o mais forte do planeta porque teria sido “canalizado” por entidade muito poderosa e até conectada com a energia quântica, associada a energia nuclear.
O que é energia quântica? “A mecânica quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos” – Wikipédia. Nem precisa ir tão longe, como um dicionário.
Lembro muito bem das recomendações da espiritualidade nas reuniões que participei com o Dr. J.J. Hurtak: cuidado com terapias e terapeutas que prometem e afirmam que só trabalham com os seres mais evoluídos estelares. Há muitas moradas do pai mas há também aquelas que são falsas e enganadoras, que não pertencem ao pai. Geralmente essas técnicas poderosas são criadas e “canalizadas” por pessoas que fracassam como terapeutas, inclusive terapeutas Reiki – a maioria nos EUA. O Brasil é uma vítima fácil dessas terapias “superiores”. Elas fracassam porque são ambiciosas e a prosperidade da energia universal não flui para pessoas que não tenham o coração puro. Quem não se recorda do aviso de falsos profetas com pele de cordeiro? Quem ainda não viu um deles? Muitas daquelas terapias que chegam ao Brasil não fazem sucesso nos EUA….
A característica principal de quem acaba se perdendo no outro lado do fio de cabelo que é a apometria são os traços da esquizofrenia. É aquilo que ocorre com o viciado em cocaína. No auge do efeito da droga, o viciado se sente como se fosse o mais poderoso dos mortais. Abaixo dele só deus mas há os casos em que nem deus é mais poderoso. Eles também acham que podem tudo e essas características esquizofrênicas os viciados não conseguem esconder, mesmo os que passaram por tratamentos de desintoxicação física. O veneno sai do físico, mas não sai facilmente da memória celular. Desta forma, é fácil ver políticos famosos com traços esquizofrênicos de pessoas que passaram por tratamento de desintoxicação física – a memória celular guarda tudo. Quando o vício chega a craque ou a cristais, a mania de poder e de poderoso vai para as nuvens.
O que ocorre com alguns praticantes de apometria é o mesmo que se passa com dirigentes espirituais de casas espíritas recrutados por negligenciarem o caminho da luz. Eles são levados pelos recrutadores espirituais, do outro lado da luz, a acreditar que são poderosos e até recebem poderes fora da ética espiritualista para impressionar e recrutar seguidores. Uma forma fácil é se esconder atrás da terapia Reiki. Elas se declaram capazes de iniciar pessoas em muitas coisas com o nome de Reiki como fachada, tais como: quântico, essencial, da 5ª. dimensão, platina, unitário, dos anjos, shamballa, do Buda da Medicina, ama deus, kahuna ki, reikimix, kahuna, xamântico, cristão e outras modalidades nitidamente caracterizados como falsidade ideológica e tentativa de fraude pela legislação brasileira. Até a técnica chamada Reiki Karuna faz tempo que é questionada sua origem e eficácia. Muitos mestres deixaram de praticá-la.
A tentativa é desviar os mais fracos, que querem a cura rápida a qualquer preço, que querem impressionar com o poder ou a promessa de poder, muito semelhante a certos centros da matriz africana presos na manipulação do poder sobre outras pessoas e espíritos. Algumas dessas “terapias” tem o preço bem elevado e são capazes de passar a impressão de que Reiki não é nada comparado com seus poderes mágicos – e ilusórios. O trabalhador que quer servir à luz tem que perseverar e servir à luz, que não tem disputa de poder nem soluções mágicas e poderosas. Trabalhadores da luz são reconhecidos pela mansidão e disposição de ajudar na condução da evolução sem passar por cima de ninguém.
Não tenho nada contra a apometria. Minha esperança é que aqueles irmãos que escolheram trabalhar com essa técnica corrijam os excessos, talvez por falta de uma doutrinação com base sólida como é a do Kardecismo e da Umbanda. Não permitam que egrégoras perseguidoras da luz usem a apometria para tentar desacreditar as técnicas terapêuticas milenares, comprometidas com a cura humana. Selecionem as pessoas, os dirigentes, os grupos, os conhecimentos. Criem limites de atuação.
(*) Jornalista, psicoterapeuta e escritor. Autor do livro “Abuso Sexual Espiritual é Real”