As escavações regulares nos sítios históricos do antigo Egito sempre trazem revelações que surpreendem e abalam as estruturas da cultura ocidental (e do Egito muçulmano) ainda presa na superfície do que restou da cultura grego-romana, incluindo aí a brasileira herdada dos irmãos portugueses e fortalecida pelos imigrantes europeus interessados em ouro, prata, madeira e terras. Uma dessas é o fato de que alguns textos das antigas religiões do Egito já teciam profundos comentários a respeito do que se chama hoje psicologia, com a diferença que o conteúdo não foi censurado como foi tudo o que influenciou os “pais” da psicologia ocidental. Três coisas básicas tremem as bases do conhecimento estabelecido: Emoção é energia; Self faz parte do corpo espiritual; e espírito está definido como corpo físico (que os Kardecistas chamam de Perespírito, isto é, o corpo emocional, que é sutil, pesa e é quase físico). Sim, você está chocado e eu entendo porque tudo o que você aprendeu na faculdade de psicologia está equivocado! Emoção seria o carro andando e consumindo gasolina. Ao contrário do que se ensina nas escolas onde ninguém sabe onde mora, o Self tem endereço e CEP. O espírito é o cimento entre um tijolo e outro das paredes de carne, músculo, sangue, tutanos e foi assim instalado para poder alojar e conduzir a presença de Deus no mundo material. Cada célula é um código numérico e o conjunto leva à geometria sagrada, uma linguagem que não está vinculada a língua alguma.
Carl Jung, no auge de sua carreira, sofrendo com o pensamento de que Freud queria que ele perpetuasse e copiasse seus pensamentos, teve que fazer uma viagem ao Oriente para clarear sua confusa mente. Dessa viagem resultaram muitos escritos, também confusos (porque ele não tinha conhecimento espiritualista até então) mas pelo menos ele teve a coragem de admitir certas coisas, publicadas, inclusive, no livro “Religião e Filosofia Oriental”. Ele mergulhou fundo no estudo do Self e publicou, cheio de dúvidas, o livro “The Undiscovered Self” (O Self ainda não descoberto). Evidentemente que ele não iria “descobrir” o Self com clareza na época e na Europa em que viveu, impregnada das amarras católico-protestantes-judias conservadoras até hoje — moradia da censura –, porque tudo tem seu tempo para acontecer. Muitos anos ainda passariam para que o mundo ocidental, isto é, a Europa, e posteriormente o Brasil, enveredasse por conhecimentos espiritualistas intelectuais trazidos pelo Kardecismo e já existente em países como Índia, China, Tibete e o próprio Egito (administrado hoje por muçulmanos, fechados a todo tipo de conhecimento). O cuidado que se deve ter com os escritos achados no Egito hoje é porque são fragmentados – graças às violações das tumbas por contrabandistas e mercadores incentivados por colecionadores. Muitos escritores norte-americanos, loucos por dinheiro, copiam coisas fragmentadas do Egito e até dizem inventar sistemas de curas baseados no que aparece na superfície da pirâmides e outros sitios arquiológios. Mas, as aparências enganam. Nem tudo é o que se vê no que está escrito. Há códigos.
Sim, o chamado Self é hoje conhecido como uma abertura espiritual invisível chamada de Oitavo Chácra, a qual depende da vontade para existir, mas tem endereço e pode ser trabalhado por técnicos que não precisam ir à faculdade – Mestres Reiki, por exemplo. Já o espírito é “material”. É formado de uma camada fina e também invisível chamada pelos kardercistas de “perespírito” e que os budistas sabem muito bem do que se trata porque é a esse corpo para o qual é dirigido todo o preparativo para a saída definitiva da energia do corpo físico no momento da morte corporal – aconteceu a morte, a energia se torna cristalina e invisível para quem está do lado de cá mas não para quem está no lado de lá não é, nem para quem tem o dom da vidência. Tudo é tão nítido que confunde o recém-chegado, especialmente se ele viveu a última vida decorando frases da Bíblia. O trabalho de integração corpo-mente-emoção-espírito precisa mais da conexão individual com a espiritualidade, seja ela qual for, do que do conhecimento intelectual-acadêmico ou a leitura da Bíblia ou de qualquer outro livro semelhante.
Naturalmente que a medicina tenta manter uma certa alergia a tudo o que é invisível, embora os pesquisadores tenham que usar óculos e lentes especiais para ver, nos laboratórios, os vírus e sistemas inteiros de moléculas invisíveis ao olho comum – e essa dificuldade da visão atrapalha o desenvolvimento da humanidade e afeta a saúde de milhares de pessoas. Lembre-se que as alergias são processos emocionais não-trabalhados, talvez o sentimento de culpa impregnado na medicina pelas sangrias e dissecações não-autorizadas como as que eram do conhecimento da na Biblioteca de Alexandria.
Já a psicologia vai demorar a assimilar que todas as técnicas de sublimação do sofrimento emocional estão equivocadas porque o conteúdo emocional precisa tomar consciência dele mesmo para se autocurar, isto é, precisa se materializar – sem remédios. Sim, a palavra de ordem no momento é consciência, que na gíria quer dizer “cair na real”, encarar, ver, analisar, compreender para depois desmaterializar, descongelar, derreter a energia emocional doentia da raiva, inveja, angústia, ciúmes, frustração, abusos sexuais, físicos, opressão, violência doméstica, que gruda nos tecidos e provoca nódulos psicossomáticos mais conhecidos como reumatismo, doenças auto-imunes, cardíacas, dermatológicas, gastrointestinais, pulmonares, cardiovasculares, neurológicas, obesidade, câncer, vícios, manias, entre outras.
A emoção prende-se ao tecido e gera o adoecimento, como os antigos discos de vinil arranhados ficavam repetindo as músicas no mesmo ponto do arranhado. Tem coisa mais antiquada e ridícula do que os chamados exames psicotécnicos para carreira, profissão e carteira de motorista?
O processo de tomada de consciência não combina com remédios controlados – mas as terapias ocupacionais e energéticas têm surpreendido a nossa cultura pouco habituada a isso. Como é possível uma pessoa clarear a mente para dar consciência ao conteúdo emocional tomando remédios que dopam e viciam? Já sabemos que as pessoas que se dopam com cocaína e ervas alucinógenas tendem a diminuir a capacidade de raciocinar com clareza, estudar, se concentrar, isto é, perdem as capacidades cerebrais naturais porque os canais de transmissão da energia não suportam o peso da drogas. Aquelas ervas utilizadas em rituais religiosos adoecem o fígado e o baço e sem esses órgãos funcionando regularmente o ser humano não pensa com clareza – o fogo sobe e a água desce. Todas as doenças do fígado e do baço afetam, por exemplo, a visão – o fogo que queima. Imagine uma pessoa com problemas emocionais e mentais tomando drogas que dopam! Que poderíamos fazer para que a psiquiatria e a psicologia tomassem consciência da natureza espiritual do ser humano como depositário do corpo de Deus, ou seja, da consciência cósmica segundo a qual somos todos um com a natureza? Um exemplo da consciência cósmica é a ecologia, onde pensamentos negativos coletivos promovam desastres ecológicos.
O próprio Egito foi vítima do mau uso do conhecimento e da consciência onde a ecologia reagiu ao contrário e os desastres ecológicos vieram em forma de inundações. Tudo ficou debaixo dágua por décadas! Quando o pensamento não é elevado, a energia sobe e a parte sutil vira emoção (fogo); já a parte densa vira água e desce secando vaso, músculo e canais vitais e provocando inundações nos órgãos vitais e digestivos. No livro “Maat, as 10 Leis de Deus”, ditado pelo espírito egípcio Ra Un Nefer Amen, que é um verdadeiro tratado de psicologia em 148 páginas, o ser diz que o que causou a destruição do Egito foi o mau uso da energia pelos sacerdotes e religiosos, que introduziram a magia negra (o fogo que queima, não o fogo sagrado da cura) como resultado da ignorância e da má interpretação dos textos sagrados (como as seitas e evangélicas fazem hoje). De acordo com as escrituras judias, quando o faraó perseguia Moisés, a ligação com Deus foi cortada e a peste matava quem não tivesse a porta marcada com o sangue de ovelha… Por exemplo, vamos usar o fogo: o mesmo carvão que aquece, cozinha e queima é o mesmo que cura envenenamento. Agora leia ao contrário: o carvão que cura envenenamento é o mesmo que aquece, cozinha e queima. Todo o conteúdo do livro é comprovado pelos textos extraídos das escavações dos antigos templos, escolas e palácios, mas revisados por psicografia. Então, qual é a abordagem correta para lidar com as emoções descontroladas que viram água e fogo? Seria encurtar o caminho que leva à consciência de que só a paz interior é quem produz a força de viver bem? Ainda há muito chão para ser escavado no Egito, quem dirá na psicologia. Que faces novas o conhecimento terá? José Joacir dos Santos jjoacir@yahoo.com