Por José Joacir dos Santos
Ao contrário do que muitos pensam, o estresse não é um fenômeno da vida moderna. O que muda com as civilizações é o estilo de vida e a forma com isso acontece. Nos dias de hoje, até as crianças já esticam a mão para os colegas e dizem: Não me estresse! Pessoas que têm dificuldade de se administrar, de enfrentar a vida ou têm autoestima baixa acha que qualquer enfrentamento gera estresse. A palavra se banalizou e as vezes é utilizada como desculpa. Se você perguntar, dificilmente vai encontrar quem possa dar uma definição técnica e exata sobre o estresse, mas o que importa é que hoje as pessoas já sabem definir o que ocasiona esse desequilíbrio: falta de segurança pessoal, pressões no trabalho, filhos doentes, tráfego pesado, supermercados aos sábados, relacionamentos difíceis e violentos, violência familiar, medo, etc.
Essas e outras situações podem ser o gatilho, mas, na verdade, estresse é a reação interna do corpo aos excessos de estímulo da vida diária. É o piloto automático que diz brigue ou fuja, ativado pela adrenalina e outros hormônios que estimulam uma variedade de mudanças psicológicas, tais como: aumento da pressão sanguínea, aceleramento das batidas cardíacas, respiração curta ou errada, tensão muscular, dilatação da pupula (provocada também por drogas), boca seca e aumento do açúcar no sangue. Em termos biológicos, estresse é a preparação necessária do organismo para se defender diante do perigo eminente.
Todas as vezes que nos sentimos ansiosos, tensos, cansados, assustados ou depressivos, podemos estar com sintomas de estresse. É preciso ter em mente que esses “sintomas” também podem acontecer por outros fatores, dependendo do estilo de vida de cada um. Poucas situações da vida estão livres de pressões que produzem tais sentações, de forma que não é necessário ser rico nem famoso para vivenciar estresse. Esta experiência é parte integrante dos jogos da vida humana, sem a qual poderia ser monótona e desinteressante. É claro que há meio-ambientes mais propícios ao estresse. Cidades grandes, por exemplo.
Nem todo esteresse é ruim
Por exemplo, o estresse mental causado por um processo intenso de criatividade ou o físico resultante de uma noitada de sexo. Ambos são saudáveis. Somente quando as atividades superam a capacidade física de lidar com elas é que o estresse se torna prejudicial, provocando reações ameaçadoras à saúde física, mental, emocional e espiritual – nenhum delas é sepavável do conjunto.
As causas podem ser sutis como o vento
As causas são múltiplas e variadas, mas podem ser divididas em duas categorias, dependendo do tempo de exposição a elas:
Causas externas
a) Meio ambiente – barulho excessivo, claridade intensa, calor, poluição do ar e espaços fechados ou pouco ventilados;
b) Interação social – rudez, exploração, abuso e agressividade. Uso excessivo da internete entra aqui também.
c) Organizacional – Normas, regras, prazos, chefes chatos, distância do trabalho, longas horas na estrada, filhos em várias escolas etc;
d) Fatos da vida – Perda de parentes, de trabalho, expectativa de promoção, separações, mudança de endereço, etc.;
e) Chatices da vida – Perda de objetos, agendas conflitantes, problemas com transporte, empregados, falta de luz, chefes inexperientes e mandões, trabalhos muito hierárquicos, etc;
Causas internas
a) Estilo de vida – Exagero no café, falta de sono, compromissos excessivos, drogas, mais de uma relação afetiva ao mesmo tempo, querer parecer o que não é, etc.;
b) Padrões negativos – Pessimismo, críticas exageradas, frequentar mesmos lugares e as mesmas pessoas sabidamente negativos, se preocupar com a vida dos outros, com quem dorme com quem;
c) Bloqueios mentais – Expectativas irreais, levar tudo para o lado pessoal, pensamentos preconceituosos e rígidos. O efeito é: raiva, ansiedade e medo.
Desequilíbrios
A exposição prolongada e excessiva a situações estressantes pode provocar desequilíbrios variados e capazes de evoluírem para patologias:
a) No nível físico – Fadiga, náusea, diarréia, perda do apetite sexual, dores de cabeça constantes, suor, tremedeira e palpitações;
b) Emocional – Deterioração dos cuidados com a aparência física e higiene, depressão, impaciência, irritabilidade, olhos lacrimejantes, insônia;
c) Mental – Falta de concentração, lapso de memória, indecisão, desorientação, ataques de pânico, pensamento excessivo e repetitivo, obsessão;
d) Mudança no comportamento – Instabilidade no apetite, anorexia, bulimia, compulsão para ingerir álcool ou drogas, vontade de fumar, hipocondria e dor nas unhas.
Quem manda
A resposta do próprio corpo ao estresse é controlada pelo sistema endócrino, que regula várias funções corporais, incluindo os sistemas reprodutor, imunológico e de crescimento, o metabolismo e respostas alérgicas. Qualquer estímulo gerado nos corpos físico e mental aciona as glândulas endócrinas – adrenalina, pituitária e hipotálamo -, a segregar mensagens químicas chamadas hormônios dentro do sistema circulatório.
Esses hormônios são compostos de estimulantes, como: adrenalina e testosterona, os quais produzem uma variedade de respostas físicas, já citadas, e outras tais como aumento de gorduras e colesterol, crescimento de plaquetas para prevenir hemorragias, aumento do estado de alerta mental etc.
Gripes e Herpes
O sistema imunológico protege o corpo contra infecções. Luta contra corpos estranhos, tais como bactéria, vírus e câncer. Excessiva exposição ao estresse danifica o sistema imunológico através do timo, o qual produz as famosas células brancas chamadas “T”, responsáveis pelo controle da imunidade e pela produção de inúmeros hormônios relacionados com a defesa corporal. O estresse desvia e retira recursos (força e energia) do cérebro, do coração e dos músculos para gastar com as partes do corpo que precisam lidar com ele. Com esse desgaste inesperado, outros sistemas ficam desprovidos de recursos, inclusive o imulonógico. Os hormônios indevidos produzidos pela grândula suprarenal causam a diminuição e a degradação ds atividades das células brancas, danificando a habilidade do corpo de lutar contra infecções. Como resultado desse processo, o nível elevado de estresse reduz a resistência a infecções comuns, como gripes e herpes. Certos tipos de células brancas produzidas pelo timo atuam ativamente na prevenção contra células cancerosas, de forma que qualquer dano ao timo pode afetar a habilidade do corpo de resisitir ao câncer. Tratamento intensivo com Reiki diminui a frequência da aparição de herpes.
Família e amigos
A qualidade dos relacionamentos pessoais tem a ver com estresse. Tudo na vida depende da nossa capacidade de administrá-la. As relações familiares são os maiores focos de estresse e são vários os fatores de desgaste: falta de comunicação, de honestidade, de não saber ouvir, expectativas irrealísticas para com o outro, ou seja, esperar demais de outra pessoa, cobranças e problemas financeiros, entre outros. Estes focos de conflitos diminuem a qualidade das horas vividas. A falta do apoio familiar, qualquer que seja o grupo que você chama de família, das amizades e dos relacionamentos informais, contribui definitivamente para a vulnerabilidade e a abertura de espaço para desequilíbrios crônicos.
O ideal é que nos tornemos independentes (mesmo quem é casado e com filhos, assim como os grupos mais vulneráveis (gays, héteros solteiros, pessoas acima de 50 anos, militares, etc.). É preciso dividir tarefas, demarcar limites e, acima de tudo, compreender que a única coisa valiosa nesta vida é o amor. Sem amor nada é possível.
É necessário cuidarmos de nós mesmos e de quem está no nosso raio de ação. É fundamental manter o senso de si mesmo, de respeito à individualidade, independente do tipo de relação, de forma que o indivíduo passa ver a vida de forma mais leve. A tendência da maioria das pessoas é querer amarrar o bode, isto é, fixar a vida em um ponto e aí ficar para sempre.
Repintar os pensamentos muda o padrão vibratório
Ocupar-se com coisas que não são obrigatórias e essenciais no dia-a-dia é interessante, especialmente aquilo que dá prazer e abri o caminho para a criatividade. Exemplos: Mudar sempre de caminho para o trabalho, caminhar, culinária, jardinagem, pintar e muitas outras atividades podem nos desconectar dos pensamentos fixos e obsessivos. Já está provado que otimismo, positivismo e fé removem montanhas mesmo! Ir a um templo e cantar, participar, é excelente relaxante e contribui para mudar a sintonia dos pensamentos. Focar, visualizar com compaixão, repintar as situações da vida com cores diferentes é como se fosse um novo filme! Quando perceber que está perdendo o controle, é hora de procurar ajuda especializada para tentar mudar o comportamento, os pensamentos e a qualidade das emoções que porventura tenham saído da sua essência divina. Todo mundo corre esse risco!
Bom humor é saúde pura
Antigamente falar dessas coisas era ser carola. Hoje é ciência. Sorrir é um antiestresse poderoso porque relaxa os músculos, melhora a respeiração, regula as batidas do coração e facilita a produção de endorfina, a substância capaz de diminuir a dor. O que mais de desagrada é lavar pratos. Uso todos até acabar a coleção. Preguiça? A verdade é que utilizo essa muleta para descarregar qualquer sintoma de estresse que aparece. A reação é simples: em determinado momento lavo todos com capricho! Também não troco por dinheiro algum uma caminhada com o meu cachorro. Ele cheira todas as árvores do caminho como que procurando algum registro, referência de algo parecido com ele e isso me ensina muito.
O equilíbrio pode estar no jardim da quadra
Cafeína, sal, açúcar, conservantes dos enlatados e embutidos são facilitadores de estresse. A reação depende da constituição física de cada um. Passei décadas sem saber que era intolerante à lactose! Houve uma época em que recomendava vitaminas contra o estresse, mas, felizmente, já sabemos que a “automedicação” é perigosa e pode causar cálculo nos rins. De repente você decide tomar vitamina “C”, sintética, porque acha que vai gripar. Na verdade o seu organismo pode apenas reagindo a uma raiva não resolvida. Neste caso, a vitamina só sobrecarregará o organismo e sairá pela urina. Em vários recados mediúnicos, a espiritualidade me disse: “a cura pode estar no seu próprio jardim”, isto é, nas ermas, legumes e frutas. Eis alguns dos alimentos ricos em vitaminas e minerais capazes de prevenir o estresse: pêssego, abacate, brócolis, cenoura, alho, uva, lecitina de soja, batatas, aveia, germe de trigo, cevada, beterraba e pimentão vermelho que é um tônico para o sistema nervoso.
Tome as rédias da vida
Talvez não exista ato de entrega melhor do que pular numa piscina. Todos temos dificuldades de praticar a entrega das mais variadas formas. Tem gente que não abraça de verdade! Se o estresse bater na sua porta, não grite com o vizinho. Busque uma terapia presencial: Reiki (recomendado contra a dor pela OMS), relaxa; reflexologia, que equilibra e sintoniza os órgãos internos; florais junto com Reiki, porque eles atuam no lado emocional; e muitas outras terapias hoje disponíveis. O mais importante é a saúde física, mental, emocional e espiritual. A vida é para ser vivida com alegria, amor e prazer. Para que sofrer? José Joacir dos Santos é psicossomatista e psicanalista jjoacir@gmail.com