Na madrugada do dia 23 de novembro de 2013, acordei com uma visão terrível. Estava em Moçambique em uma viagem oficial do governo brasileiro. A delegação se hospedou e eu sai para conhecer a região do hotel. Um dos hotéis me chamou à atenção pelo movimento de pessoas e resolvi entrar. Fui ao último andar onde havia uma espécie de serviço de bar com música. Era de tarde. De repente anoiteceu e alguém chamou a atenção para ondas gigantes que viam em direção à cidade. Não demorou muito e a cidade ficou debaixo d’água. O prédio onde estava era de mais ou menos seis andares. Dava para ver todos os hotéis e construções maiores dentro d’água. As ondas começaram a bater no topo do andar onde estávamos. Entramos em desespero. Ficamos a noite inteira em cima das mesas, com água de mais um menos meio metro debaixo da mesa e muito frio. Ao amanhecer a água tinha baixado e onde a vista alcançava só havia destruição e sobreviventes desorientados, muitos deles estrangeiros. Não sabia o que tinha acontecido aos meus companheiros de viagem. Nenhum estava comigo. Nunca visitei Moçambique.
Por José Joacir dos Santos – jjoacir@gmail.com