Há mais de um século atrás, a cidade de Londres, Inglaterra, foi vítima de um assassino em série, que agia no distrito de Whitechapel, na metade do ano de 1888. Ele foi apelidado de Jack, o estripador, porque matava as pessoas e retirava parte dos seus órgãos internos. Nem crianças escapavam. Essa terrível história ainda provoca a aparição de livros e filmes.
Hoje em dia as ruas onde o assassino atuava estão incluídas em um tour de ônibus turístico em Londres. A maioria dos turistas não percebe o que acontece quando o ônibus entra na primeira daquelas ruas, mas para mim foi muito claro. É como sair da luz para a escuridão. A energia das ruas muda imediatamente. Não há vida por lá. As pessoas locais evitam o lugar. Tudo é muito escuro. Há muitos grafites nas paredes, o que significa que a região, à noite, é povoada por drogados e marginais. Desci do ônibus e me senti pesado, cansado, como se o ar estivesse compacto de matéria densa de desespero e dor.
Contei os minutos que o ônibus demorou para sair da região. Esta história reforça a teoria de que os lugares guardam as memórias das histórias, dos pensamentos, dos atos, da mesma maneira que o nosso sistema celular. Diante disso, é preciso mandar muita oração e energia positiva para os lugares onde moramos e vivemos, especialmente se há histórias tristes e pesadas do passado, porque o tempo passa mas a memória fica.