Também conhecido como Melão de São Caetano, cujo nome científico é Momordica charantia, da família Cucurbitaeae. A planta é utilizaa desde a raiz ao fruto e nasce facilmente em terrenos desocupados em todo o país. Há várias espécies desta mesma família. Pouca gente no Brasil sabe que o Melão Caetano é também um remédio preventivo para doenças dos olhos como quase todos os frutos da família Cucurbitaceae. A planta é caracterizada como cipó herbáceo, caule culcado e fino, ramos quadrangulares, folhas palmatífidas, e alternas, flores amarelo pálidas ou brancas em cachos ou corimbos, solitárias masculino e femininas, e fruto abrindo-se em três válvulas espinhosas, cor de ouro, tendo, no interior, as sementes cobertas de um arilo vermelho de 1.6 à 3 centímetros de comprimento. O fruto é uma cápsula coberta de protuberâncias moles, de consciência carnosa, amarelo avermelhado quando maduros. As semente são comidas pelas crianças e muito procuradas pelos passarinhos e crianças. Suas folhas clareiam a roupa e tiram machas. Todo o fruto é comestível quando novo.
Origem : Originária da África. Ocorre em quase todo o Brasil, África, Ásia e Caribe.
História : É utilizada pela medicina popular e pelas tribos do amazonas, na culinária e medicina tradicional chinesa.
Parte utilizada: Frutos, hastes, folhas e arilo das sementes.
Propriedades : Antileucorreico, anticatarral, antirreumático, bactericida, antivirótico, anticancerígeno, antileucêmico, antitumoral, hipoglicemiante, anti-inflamatório nas colites, purgativo nas constipações com fezes ressecadas, vermífugo e antiparasitário externo.
Indicações : Para prevenir problemas de visão, doenças cardíacas, inflamações hepáticas, diabetes, cólicas abdominais, problemas de pele, queimaduras com leucorreias purulentas, furúnculos e hemorróidas, triglicerídios, prisão de ventre, tosse, catarro amarelo, febres intermitentes, gripes, faringites como febrífuga, edemas inflamatórios como diurético, Eczemas, nódulos, abcessos como resolutivos e anti-inflamatórios, oligomenorreias e dismenorreias, como emenagogo e antiespasmódico. Dores articulares em geral como analgésico.
Princípios Ativo : momordicina, momordipicrina e ácido momórdico, alcaloides, triterpenos, proteínas, curcubitacina B, esteróides, saponinas esterodais, charantina, peptídeos, insulino-sememlhantes, componentes ativos ativos, charantina, charina, criptoxantina, curcubitacina, curcubitano, cicloartenol, diosgenina, ácido gentisico, goyalglicosídeos, gayasaponinas, inibidorera de guanilato-ciclase, gipsoláurico, ácido linoleico, ácido linolenico, momocharasideo, momocharina, momordenol, multitiflorenol, ácido oxálico, pentedecanos, peptídeos, ácido petroselínico, ácido rosmarínico, rubixantina, spinasterol, glicosídeos esterodais, estigmatadióis, estigmasterol, taraxerol, trehalose, inibidores da tripsina, uracil, vacina, v-insulina, verbascosídeos, zeatina-ribosídeo, zeaxantina e zeinoxantina,
Modo de Usar :
infusão de folhas secas, para leucorreia e menstruações difíceis, 10 gramas por litro de água. As sementes são comestíveis e o interior do fruto pode ser sucado como manga.
Sumo – feito com folhas e misturado com óleo de amêndoas doces, é usado em queimaduras. decocção para diabetes – 5 gramas de folha fresca picadas em 1/4 de litro de água fria. Aquecer e ferver por 1 minuto. Deixar em repouso por 10 minutos e coar. Tomar 1/2 copo pela manhã e 1/2 copo antes do jantar. infusão – 20 gramas de folhas e flores em 1 litro de água. Tomar 1/2 copo de manhã e 1/2 antes dom jantar.
Pomada – raspar e misturar a polpa dos frutos com vaselina, para provocar a supuração nos casos de tumores, furúnculos.
– frutos cozidos: vomitivos e antivenéreos.
– frutos maduros em cataplasmas: hemostáticos.
– suco das folhas: emético, purgante, mordida de serpentes e afecções biliares. – raiz: adstringente. – decocção das folhas: infecções da pele. – infusão das folhas (forte): escabiose, picadas de insetos, malária, pruridos e úlceras malignas – infusão da planta inteira: resfriado – folhas e frutos: gogo das aves – infusão de 10 g de folhas secas por litro de água: leucorreia, menstruações difíceis e cólicas causadas por vermes.
– infusão do fruto: hemorróidas (banhos).
– unguento: arilo contuso misturado com vaselina: tumores, furúnculos e carbúnculos.
– suco: machucar as folhas verdes em óleo de amêndoas doces: queimadura.
– suco puro das folhas: sarna.
Contraindicações/cuidados: Em quase todos os livros fitoterápicos há a recomendação da não utilização por gestantes, mas não há estudos que apóiem essa afirmação. As sementes contém compostos tóxicos e teratogênicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades, pois também é abortivo e inibidor da síntese proteica. Também é contra indiciada para pessoas que querem ter filhos. Essa afirmação carece de estudos. Gerações inteiras de nordestinos comeram as sementes dessa planta na infância e todo mundo tem filhos. Não administrar em diabéticos, pois tem efeitos hipoglicêmicos e portadores de diarreia crônica, pois aumenta o número de evacuações e provoca a diarreia pastosa. As sementes têm compostos tóxicos e não devem ser ingeridas em grandes quantidades. Causa alterações nos testes laboratoriais do sangue – glicosúria falso negativo em exames que usem fitas oxididantes-reagentes.
Efeitos colaterais: causa queda drástica da taxa de glicose sanguínea (hipoglicemia) em poucas horas (que é uma notícia boa para quem tem excesso de açúcar no sangue); pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese proteica; pode causar aborto.
Superdosagem : alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarreia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sanguíneos em suínos.
Posologia :
Adultos – 3 a 6 ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água, em uso internos – para todas as indiciações; 3 gramas de planta inteira seca ou 6 gramas de planta inteira fresca ( 1 colher de sobremesa para cada xícara de água ) em decocto ou infuso até 3 vezes ao dia, com intervalos menores que 12 horas em uso interno para todas as indicações; Cápsulas : 1000 mg duas vezes ao dia em todas as indicações. Os frutos maduros vaporizados e transformados em polpa podem ser aplicados sobre e pele em emplastos; O suco de 1 ou 2 frutos pode ser usado em todas as queixas gastrointestinais, nas parasitoses, para reduzir o colesterol e triglicerídeos, 2 vezes ao dia.
Crianças – tomar de 1/6 a 1/2 doses de acordo com a idade.
Farmacologia : Um dos princípios ativos demonstrou clinicamente ser capaz de inibir a guanilato-ciclase, que parece estar associada ao aparecimento da psoríase e está ligada ao crescimento de células leucêmicas e cancerosas.
A momordina demonstrou clinicamente atividade anticancerosa contra o linfoma de Hodgkins em animais. Outras proteínas – a e B-rnomorcharina, cucurbitacina B – foram testadas por seus prováveis efeitos anticanceroso. Um análogo químico destas proteínas do melão de são caetano foi desenvolvido, patenteado e denominado “MAP-30″; seus criadores relatam que ele é capaz de inibir o crescimento de tumores da próstata. Duas dessas proteínas – a e b momorcharina, também foram descritas como inibidoras do vírus HIV in vitro. Num estudo, as células infectadas com o vírus H IV tratadas com a e B-momorcharina mostraram perda quase total do antígeno do vírus, enquanto as células normais não foram afetadas.
Os inventores do ”MAP-30″ registraram outra patente que estabelece “útil para tratamento de tumores e infecções por HIV. Outro estudo clínico mostrou que a atividade antiviral do ”MAP·30″ também estava relacionada com o vírus do herpes in vitro (Lee -Huang, S. e cols., 1995 e Bourinbaiar, AS. e cols., 1996); Em vários estudos, pelo menos 3 grupos diferentes de princípios ativos encontrados em todas as partes do melão de são caetano demonstraram clinicamente propriedades hipoglicemiantes e outras ações benéficas contra o diabetes mellitus. Estes princípios incluem uma mistura de saponinas esferoidais (charachinas), peptídeos insulino semelhantes e alcaloides.
Efeito hipoglicêmico foi maior na fruta, onde estes compostos são mais abundantes; Até agora, perto de 100 estudos in vivo demonstraram o efeito hipoglicemiante deste fruto; Também se demonstrou sua capacidade de aumentar a absorção de glicose , aumentar a liberação de insulina e potencializar seu efeito.
Em outro estudo in vivo O fruto e as sementes mostraram redução do colesterol total. Num estudo, os níveis de colesterol e triglicerídios elevados em ratos diabéticos retornaram a níveis normais após 10 semanas de tratamento; Inúmeros estudos in vivo já demonstraram a atividade antitumoral da planta inteira – extrato aquoso bloqueando o crescimento de carcinoma prostático em ratos; extrato aquoso quente inibindo o crescimento de tumores mamários em ratas.
Outros estudos in vitro também provaram a atividade anticancerosa e antileucêmica contra várias linhagens celulares, incluindo câncer de fígado, leucemia humana, melanoma e sarcomas sólidos; Tanto a planta como muitos de seus princípios ativos isolados foram documentados com atividade antiviral in vitro contra os seguintes vírus: Epstein-Barr, herpes e HIVs.
Em um estudo in vivo o extrato da folha aumentou a resistência a infecções e teve efeito imunoestimulante em animais e humanos, aumentando a produção de interferon e atividade mortífera natural sobre as células; Em adição, extratos das folhas mostraram atividade antimicrobiana de largo espectro, in vitro contra E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas, Salmonella, Streptobacillus e Streptococcus.
Um extrato da planta inteira mostrou atividade antiprotozoário contra Entamoeba histolytica.
O fruto e seu suco mostraram as mesmas propriedades antibacterianas e num outro estudo o extrato do fruto mostrou atividade contra a Helicobacter pylori; Vários estudos clínicos in vivo demonstraram a toxidade relativamente baixa de todas as partes da planta quando ingeridas oralmente. Entretanto, a toxidade e até a morte de cobaias acontece com o uso intravenoso. Alguns estudos sugerem os extratos do fruto e a folha como seguros na gravidez se ingeridos oralmente. As sementes são abortivas para cobaias e as raízes são estimulantes uterinos em cobaias; O fruto e a folha têm efeito antifertilidade invivo em fêmeas, não afetando a produção de esperma negativamente.
Texto extraido do site www.plantasquecuram.com.br e atualizado segundo novas monografias. Abaixo, fotos de frutos da mesma família.