Estudo indica poder antidepressivo da música clássica
WP, 16 de agosto de 2024
Pesquisa liderada por cientistas chineses revelou que estilo musical pode desempenhar papel fundamental no tratamento de depressão, abrindo portas para inovações na musicoterapia.
Está amplamente documentado que a música influencia o humor. Agora, um novo estudo foi além e mostrou que a música clássica tem efeitos positivos sobre o cérebro, uma descoberta que poderia ajudar pacientes com depressão resistente a tratamentos.
O estudo, liderado por pesquisadores chineses e publicado na revista Cell Reports, analisou o efeito neurológico da música composta por compositores ocidentais, como Bach, Beethoven ou Mozart. Por meio de medições de ondas cerebrais e técnicas de neuroimagem, foi possível verificar que essas composições têm efeitos positivos no cérebro.
“Nossa pesquisa integra os campos da neurociência, psiquiatria e neurocirurgia, fornecendo uma base para qualquer pesquisa voltada para a interação entre música e emoção”, explica o autor principal, Bomin Sun, diretor e professor do Centro de Neurocirurgia Funcional da Universidade Jiao Tong de Xangai.
“Por fim, esperamos traduzir os resultados de nossa pesquisa para a prática clínica, desenvolvendo ferramentas e aplicativos de musicoterapia confiáveis.”
Estudo com 13 pacientes
A pesquisa contou com a participação de 13 pacientes com depressão resistente a tratamentos convencionais, que já tinham eletrodos implantados em seus cérebros para estimulação profunda.
Usando esses implantes, a equipe de cientistas descobriu que a música gera efeitos antidepressivos ao sincronizar as oscilações neurais entre o córtex auditivo (responsável pelo processamento de informações sensoriais) e o circuito de recompensa (processa informações emocionais).
Cientistas monitoraram 13 pacientes e concluíram que a música gera efeitos antidepressivos ao sincronizar sensações e emoçõesFoto: 3sat/ZDF
O estudo usou várias peças de música clássica ocidental – um estilo com o qual a maioria dos participantes não estava familiarizada – para evitar qualquer interferência que pudesse surgir da familiaridade subjetiva.
“Concluímos que as escolhas musicais durante o processo de audição formal eram individualizadas e não tinham relação com o contexto emocional da música”, diz Sun.
Saúde digital baseada em musicoterapia
Daqui para frente, “em colaboração com médicos, musicoterapeutas, cientistas da computação e engenheiros, planejamos desenvolver uma série de produtos digitais de saúde baseados em musicoterapia, como aplicativos para smartphones e dispositivos vestíveis”, diz Sun.
“Esses produtos vão integrar recomendações musicais personalizadas, monitoramento e feedback emocional em tempo real e experiências multissensoriais de realidade virtual para fornecer ferramentas de autoajuda convenientes e eficazes para gerenciar emoções e melhorar os sintomas na vida cotidiana.”
Veja o artigo original no site abaixo:
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