Terça-feira, dia 28 de agosto, San Francisco. Acordei na hora habitual de ir ao trabalho. Quando olhei o relógio para me certificar, a minha voz interior disse “não vá”. Como não ir trabalhar? “Não vá!”. Relutei, tentei reagir mas meu corpo não respondeu. Insisti, levantei e efetuai os procedimentos para ir ao trabalho, mas a roupa não dava certo. Enfim, quando fiquei pronto e abri a porta para sair, cadê a chave? Voltei para procurar a chave na bolsa usual e nada. Coloquei tudo no chão para facilitar e a chave não estava lá. A casa ainda está vazia porque a mudança não chegou (já passa dos cinco meses morando em um apto vazio), não tinha onde procurar a chave além da bolsa. Procurei, então, na roupa do dia anterior. Quando decidi sair e procurar um chaveiro (porque se deixasse para a volta não acharia loja de chaveiro aberto), achei a chave ao lado dos sapatos.
A essa altura já tinha perdido o ônibus especial que leva à região onde fica o meu trabalho. Fui para o ponto do ônibus assim mesmo, tentar qualquer um. Cinco minutos depois, o ônibus elétrico chegou. Quando entrei nele, os cabos sairam dos trilhos. Sai do ônibus e voltei para casa. Deitei com roupa e tudo para pensar no que estaria acontecendo e adormeci (é um sono diferente do sonho real). Imediatamente sonhei que estava no centro de San Francisco, dentro de uma caixa de alumínio. Havia duas pessoas do lado de fora da caixa. Uma disse: fique quieto e faça Reiki. Obedeci. A outra, nem precisou falar porque senti a energia ruim.
Quando “ele” se aproximava mentalmente, a caixa rangia como se fosse desintegrar. Continuei fazendo Reiki. A caixa parou de vibrar. Houve um silêncio “diferente”. Ouvi a voz amiga dizer: pronto, tudo foi quebrado, pode sair da caixa! Acordei imediatamente. Eram dez horas da manhã. Mesmo assim resolvi ir ao trabalho. Fui ao ponto de ônibus, entrei no ônibus e comecei a rezar mantras. Todos os sinais de trânsito estavam fechados até o local onde eu desci. A viagem pareceu uma eternidade. O ônibus estava quase vazio e o motorista não andava. Claro que eu já estava atrasado e meio e queria que aquele ônibus pelo voasse. Mas, continuei com os mantras até chegar ao trabalho. Como ainda não tenho televisão em casa, só fico sabendo das notícias quando acesso a internet no trabalho. Na manhã seguinte, uma colega chega com a notícia: No dia anterior, um homem, recém-chegado do Afeganistão, pegou seu carro e saiu pelas ruas de San Francisco em direção onde moro e atrapelou, propositalmente, 14 pessoas. Elas estavam ou atravessando a rua ou esperando ônibus nas paradas. Uma delas morreu na hora e as demais foram hospitalizadas. Todas as pessoas atropeladas estavam nas ruas na mesma hora em que normalmente estou caminhando para o ponto do ônibus, nas frias manhãs de San Francisco. Esta história pode não fazer sentido algum para quem lê, mas para mim é mais uma delas. Apesar disso, ainda cometo a falha de não prestar atenção aos sinais espirituais e à enorme proteção que os seres universais exercem sobre todos nós. Modéstias à parte, eu sempre chego no trabalho muito mais cedo do que o horário estabelecido e só falto se há impedimento físico. Por que aquelas foram atropeladas se o universo protege a todos? Por que 82 pessoas foram assassinados, só em 2006, por balas perdidas, em Oakland, próximo a San Francisco, uma das cidades preferidas por muitos brasileiros nos EUA? As vezes a gente está na hora errada, no lugar errado, com pessoas erradas e acontecem coisas que marcam nossa vida para sempre. As vezes a gente está fazendo tudo certo, no lugar certo, do jeito certo e até com as pessoas certas mas existem as energias contrárias atuando independentemente e sem compromisso com a bondade. A vida parece ser essa incerteza no caminhar e o universo parece esperar apenas pela nossa capacidade de conexão para proteger ou não das correntes contrárias.
Tudo isso é treinamento e aprendizado. Ninguém está a salvo sem méritos e esses são duramente conquistados. As vezes essa proteção não é apenas pelos méritos pessoais mas pelo das pessoas vinculadas a nossa hístória e que necessitam da nossa saúde para a realização dos seus carmas. Isto é, as vezes a missão é mais forte do que nosso mérito. Como o universo funciona através de símbolos, o caijin acima pode ser utilizado para efeitos de proteção porque as palavras emitem luz, cor e som. Pode ser colocado em portas, janelas ou qualquer outro lugar desejado e com a intenção da proteção. É preciso pedir proteção ao universo todos os dias e procurar ser digno do mérito. jjoacir@gmail.com
Por José Joacir dos Santos