Por José Joacir dos Santos
A sociedade brasileira não consegue se estabilizar por muito tempo. Tem períodos de acertos e prosperidade, mas basta uma notícia ruim no jornal nacional para que tudo desande. É vulnerável aos disse me disse, tanto do parlamento quando do governo federal, mesmo que venham das mais desinformadas e preconceituosas autoridades no poder temporário. A situação se complicou muito depois da Copa do Mundo de 2014, da Olimpíadas e depois da derrubada da Presidenta Dilma. O país estava dando certo e isso incomodava muito a outros pais do continente. A esquerda, que sempre foi misturada desde as Diretas Já, entrou em declínio com a conspiração travestida de combate à corrupção, tudo gerenciado por um parlamento onde a maioria tinha processos na justiça. Inicia ascensão da direita com cheiro de influência nazista: a força do ódio! Esse ódio programado por grupos de interesse, inclusive de fora do país, tomou conta rápido.
De um lado o ódio, alimentado pela internet com as mãos da juventude e de muitos outras faixas, inclusive paramilitares; de outro, a influência de igrejas evangélicas pouco comprometidas com Jesus, mas, sim, com o ódio vestido de racismo, homofobia e outras discriminações. O novo governo eleito em 2018 odeia minorias e diz isso abertamente, cancelando privilégios e benefícios conquistados depois da ditadura militar – desde idosos a paraplégicos, ninguém escapa. As mudanças no planeta estão aceleradas. Todos os dias temos que conviver e nos acomodar com mudanças climáticas e desastres naturais. Nessas mudanças estão incluídas as alterações de frequências, pessoais e coletivas. Nem todo mundo está preparado para absorvê-las. Muitos se desorientam, adoecem e até enlouquecem. Nos grupos sociais, se você diz que o céu é azul aparecem mil pessoas para contestar e ameaçar. A violência aumenta aceleradamente.
Uma nação com mais de 500 anos já deveria estar imune aos intempéries do tempo de dos viajantes passageiros, cujo interesse é apenas financeiro. Mas não está. Então, cada indivíduo tem que ficar atento a tudo e cuidar da própria vida. Quanto mais se ligar nas redes sociais mais perde. A saída individual para esse tumulto quase que permanente é planejar a vida e essa parte é a que a humanidade tem mais dificuldade. Na minha experiência lidando com terapeutas de várias categorias há mais de 20 anos, até os terapeutas tem dificuldade de se planejar. Alguns mestres não conseguem fazer uma agenda de cursos para três meses. Outros sequer conseguem planejar o pagamento da anuidade de suas associações, em um país onde a classe médica vive buscando uma forma de eliminar toda classe de terapeuta. Planejar é fundamental em qualquer classe de profissionais.
Tudo o que pensamos gera uma imagem, tanto na nossa memória celular, isto é, em cada célula, quando no nosso DNA espiritual eterno. Nenhum desses sistemas distingue o que é bom ou o que é ruim. Não há julgamento. Tudo é gravado como sendo o livre-arbítrio da pessoa, isto é, o desejo íntimo do indivíduo pensante. Dessa forma, não há censura. Tudo é aceito. Por isso que todos as culturas do mundo apontam para o pensamento positivo como remédio para a saúde mental, emocional, espiritual e tudo isso junto na origem, isto é, o corpo físico. Uma coisa é certa: ninguém está livre desse processo. Uma vez na terra, as leis da terra.
Então, a saída é sentar-se, fazer orações e planejar a vida, modificando tudo o que não está funcionando, com uma forte dose de compaixão para consigo mesmo. No planejamento mental, geramos novas imagens das coisas já existentes. Se a casa é ruim, planejamentos mentalmente uma casa melhor, mais feliz, mais confortável, visualizando detalhes da fechadura da porta, por exemplo. Essa imagem nova é criada, aos poucos alimentada, substituindo a anterior até dar início ao processo universal de conspiração a favor dela. Na minha última viagem à Argentina, fiquei horas olhando uma paisagem dos lagos da Patagônia para tê-la gravado e utilizá-la quando necessário nessas medicações, nesse realinhamento mental de saúde.
É preciso ter em mente que a vida física é temporária e impermanente. Quanto mais a gente se agarrar às coisas materiais, inclusive familiares, pior fica. Cada um de nós já tem suficiente bagagem acumula das inúmeras vidas passadas. Para que mais dívida? Para que começar contratos não planejados e depois abandoná-los pelo caminho sem terminá-los? Planejar é mais do que necessário, é vital. Requer clareza da vista, pé no chão, contato direto com a realidade. Outra grande dificuldade humana é enxergar e ver. Muitos não têm essa capacidade. Tudo que se planeja com o coração amoroso se realiza. Esse é o milagre, que não depende de intermediário algum, muito menos de religião. jjoacir@gmail.com