Por José Joacir dos Santos
A psicologia humana muda a cada minuto, de acordo com as circunstâncias, o tempo, o lugar, a cultura local e a dinâmica social dos povos. Há países que essa mudança é lenta, quase parando. Mas no Brasil é como um trem-bala. Há países em que a elite tenta frear qualquer avanço no bem-estar humano e bloqueia acordos como aquele do meio-ambiente. Todos sabemos que meio-ambiente não é apenas árvores bem tratadas: envolve todos os aspectos da psique humana. Esta é uma das razões pelas quais muitos dos antigos, pioneiros conceitos e definições da psique não são mais compatíveis com os dias atuais.
Nem tudo na vida moderniza-se. A gente acredita que o mundo fica mais moderno a cada dia mas essa é uma crença implantada por aqueles que não tem uma visão clara. Há coisas que retrocedem a cada dia, inclusive valores sociais. Com o voto do povo, políticos desastrados ocupam posições importantes, cujas decisões afetaram gerações e gerações, até aquelas que fizeram escolhas erradas. Há menos de um século mulheres eram tidas como seres com um cérebro inferior porque as sociedades machitas estavam confortáveis com seu próprio reinado. Algumas culturas ainda hoje colocam a mulher em plano diferente, inferior, especialmente onde o pano de fundo cultural é religião.
Se colocarmos em uma sala profissional da saúde mental do Brasil, Estados Unidos, India, Rússia e China, ninguém concordará com ninguém porque cada um desses países tomou um rumo diferente. Nos ex-paises comunistas do Leste Europeu, a psicologia nos moldes ocidentais foi utilizada contra as pessoas, do mesmo jeito que o nazismo fez. A teoria Freudiana, por exemplo, pouco se aproveita hoje em dia em países onde os direitos sociais avançaram e a igualdade de gêneros é garantida por lei. Países que antes contribuíram para o avanço das liberdades no Planeta afundam agora no obscuro mundo das armas e das drogas como os Estados Unidos, onde cada presidente muda tudo, para frente ou para tras.
Cada vez mais perdemos os cachorros no mato ou penetramos no mato sem cachorros. Em nome da paz no Oriente Médio, o Presidente dos Estados Unidos, Trump, abriu nova e poderosa fábrica de armas em sua visita à Árábia Saudita em maio/2017. Entre outros desastres, não assinou o acordo internacional sobre meio-ambiente em Paris. Tudo isso envolve, de certa maneira, no tempo, profissionais de da saúde mental por que armas e drogas têm o poder de confundir o ser humano e essa confusão bate, mais cedo ou mais tarde, na porta do consultório. Milhares de norte-americanos voltam diariamente das guerras mentalmente desabilitados. Milhares de outras estão mergulhadas nas drogas nas ruas de todos os países. A maconha adquiriu o título de “medicinal”. Profissionais, até da saúde, defendem a descriminalização das drogas sem oferecer justificativa plausível já que ex-viciados sofrem de dores nas juntas, impotência, mente lenta, não conseguem se concentar nem ler livros.
A psiquiatria perdeu-se, mudou de lado, largou a plataforma biológica e adotou a química, isto é, deixou de olhar, ouvir e interpretar o sentimento humano e passou a drogar o indivídio, calar suas aflições, sedar suas possíveis reações, acreditando que a droga-química resolve tudo. O resultado disso é milhares de pessoas viciadas em medicamentos legais, adoecendo cada vez mais. O indivíduo drogado perde temporaria ou permanentemente as habilidades físicas, mentais, emocionais e espirituais, dependendo da estrutura física e química que nasceu com ela. O cérebro humano não foi criado para viver pendurado em drogas. Chove denúncias sobre psiquiatras vendendo resultados positivos de remédios psicotrópicos falsos ou que nada curam. Velhas e inúteis fórmulas são revistas e lançadas no mercado como milagres da medicina – e é tudo mentira. Só têm contraindicação.
O novo mundo onde a internet passou a ser a peça chave de qualquer movimento abriu, de início, perspectivas novas e esperançosas, onde as distâncias e a informações perderam fronteiras. Ninguém contava que o crime e o terrorismo passariam a utilizá-la para seus propósitos malígnos. Em pouco tempo, milhares de jovens e adultos tornaram-se dependentes, viciados na internet, enfraquecendo a capacidade cerebral de ler. A dependência e o vício encurtaram o caminho para a criação de robores humanos que não só repetem tudo o que vêm mas também acreditam em tudo que conseguem ler. Dicionários da própria internet já definem essas pessoas como “soldados”. Muitos deles acabam sendo recrutados tanto para o crime quanto para o terrorismo, de dentro dos lares e das escolas.
Eles já são definidos como “crédulo”, “sendo um otário”, “acreditando, mordendo, crédulo”, “facilmente absorvido”, “marca fácil”, “linha de gancho”, “caído”, “tolo”, “fruta verde”, “inocente”, “bobo”, “simples otário”, “aquele que engole inteiro”, “aquele que toma dentro”, “aquele que engole a isca”, “o insatisfeito”, “pouco sofisticado”, “desavisado”, “de olhos arregalados”. É essa gente que povoa a internet de notícias e imagens falsas, capazes de provocar desavenças até entre países, gerando novos estados psicológicos até então desconhecidos. Se alguém contesta as publicações, a resposta vem carregada de palavrões, preconceitos, racismo, ameaças etc.
O povo, de uma forma geral, tornou-se aquele que se ofende com tudo, não aceita o menor criticismo, promove a quebradeira em pequenas manifestações, não aprendeu ainda que pode votar e mudar, vota em pessoas visivelmente desequilibradas. Os valores agora estão de cabeça para baixo, com a bênção de certas igrejas e partidos políticos. Homofóbicos, racistas e nazistas ocupam altos cargos públicos. Atacam a esquerda política sem projetos claros e de alcance benéfico para a população, sem discriminá-la.
O mais incrível é que os “soldados” da internet trabalham no conforto de suas casas, muitas vezes filhos de pais que trabalham duro, o dia inteiro, de semana a semana, para mantê-los na boa vida, com banda larga. Além disso, esses pais aparelham seus filhos com os melhores aparelhos celulares, os mais novos, os mais modernos, os melhores computadores, o melhor provedor de internet, boa comida, bebida e ainda abafam qualquer desastre que seus filhos possam cometer contra a sociedade.
A superproteção quase sempre desprotege. Dar boa vida a filhos que não se esforçam para estudar e conquistar um lugar ao Sol pelo próprio esforço e honestidade é uma faca de dois gumes afiada. Passar panos quentes em filhos problemáticos, que cresceram sem disciplina nem autoridade familiar, é oferecer ao mundo fortes candidatos ao batalhão inútil e perigoso da internet. Adicione a esses fatores as questões da droga, dos pequenos roubos, dos pequenos crimes abafados pela família.
A perda da capacidade de fazer julgamentos, de dicernir entre o cento, o errado, o bom, o ruim e o politicamente incorreto é um desastre quase irreparável que a psicologia nos moldes acadêmicos não consegue alcançar. O julgamento podre sobre a superfície e as aparências é a receita para desastres. A incapacidade de dizer não convite de criminoso ou de terrorista está alicerçado em toda a história emocional da pessoa, com raízes familiares profundas, amparadas por educação familiar pobre e irresponsável. Muitos deles herdaram a genética contaminada com fumo, alcool, remédios e doenças como a herpes, que desestabiliza o sistema nervoso central.
Quem não viu pela tv aquelas mulheres com crianças protestando em favor de seus maridos e familiares, criminosos, nas portas das prisões em Natal, Manaus, Belém do Pará e Rio de Janeiro? Os três principais assassinos do ataque terrorista em Londres, após um concerto, são filhos de pais imigrantes, que fugiram de países complicados, estudaram em escolas públicas, livres e seguras, utilizaram o dinheiro público, as instituições públicas, os sistemas sociais públicos e foram recrutados para matar inocentes – a sangue frio! É pouco demais o diagnóstico de psicopata!
Quem não viu milhares de pessoas nos grupos sociais defendendo o direito dos criminosos em usar telefone e outras facilidades nas prisões? E aquela moça nas páginas dos jornais do Rio de Janeiro acusando a polícia de ter matado seu irmão, narcotraficante, “desarmado”? E aquele artigo da “Folha de S. Paulo” de 08 de junho/2017 no qual eles reportam a prisão de armas em um dos aeroportos do Rio de Janeiro e a matéria inteira só discute sobre quem teria autoridade para investigar – sem uma só palavra sobre o conteúdo do material aprendido ou sobre quem estaria por trás?
Sim, profissionais da saúde mental têm que mudar com urgência. Os conteúdos emocionais mudaram drasticamente. As crianças não querem mais soltar pipas. Elas querem o whatsup. A facilidade para a autodestruição aumentou. Os valores sociais foram vilipendiados. O cristianismo perdeu-se nas contas bancárias de Roma, Genebra e Miami. É preciso voltar para casa, para aquele lugar onde a gente se sente seguro, abrigado, e esse lugar tem a cara holística, onde o indivíduo é visto como um todo, indivisível, inseparável, nos aspectos físico, mental, emocional e espiritual, amparado pela energia original da mãe Terra, incluindo as ervas medicinas, as práticas energéticas, o ouvir, o falar. O desastre ambiental individual interno dos remédios químicos, produzidos pela rica indústria farmacêutica, cheios de contra-indicações, riscos e mentiras, é quase sempre um caminho sem volta. Eles têm a força de neutralizar a ânsia da vida por si mesma. Precisamos reagir e esse esforço pode vir de dentro de nós mesmos, daquilo que mais sagrado cultivamos da essência humana, capaz de se adaptar às novas circunstâncias como um camaleão que muda a cor da pele para se proteger e viver.