Quando eu tinha 20 anos, e isso já faz um tempinho, tomava suplementos de vitamina porque acreditava no benefício que eles diziam ter. Com o amadurecimento e a melhoria da minha educação alimentar, fui deixando esses suplementos nas prateleiras, especialemente quando começaram a aparecer artigos especializados colocando as vitaminas artificiais na lista dos suspeitos em contribuir para o fortalecimento da resistência de bactérias e virus. O debate nessa direção está aquecido nos EUA porque o período é eleitoral e os órgãos de imprensa ficam “mais livres” para falar sobre o que não é ecologicamente correto porque os grupos de pressão dos milionários laboratórios farmacênticos recuam até um candidato novo assuma o poder na Casa Branca – e entre no esquema corporativo. Mais do que nunca, as vitaminas estão na berlinda e a gente precisa se educar sobre elas, especialmente quem as toma cegamente. Para você entender a seriedade do problema da manipulação das necessidades de saúde, em um país como os EUA, em um simples exame de rotina, o governo na Califórnia descobriu que o maior reservatório de água, que abastece a cidade de San Francisco, está contaminado com remédios que só se compra com receitas e vitaminas produzidas artificialmente. Imagine como deve estar isso em países do terceiro mundo…
O momento político nos EUA se junta à visível recessão. Por exemplo, a grande crise no financiamento de casa própria, com milhares de pessoas devolvendo suas casas aos bancos porque a dívida que só cresce. Esse assunto está em todos os meios de comunicação, com histórias doloridas de famílias que vêm o sonho americano da casa própria voltar para os ricos bancos financiadores. Já há um fluxo de brasileiros voltando para as terras tupiniquins por conta dessa recessão – falta emprego, as vendas diminuem, as barreiras aos estrangeiros aumentam, etc. E o contingente de soldados no Iraque ainda não voltou pra casa – imagine como isso vai ficar quando eles, finalmente, voltarem, e precisarem de emprego! Aqui não tem Caixa Econômica nem programa direcionado aos de baixa renda. Aqui, você vale tanto quanto pe$a. Sim, com $. A sociedade é direcionada a pensar somente em muito dinheiro sem muito suor, no menor espaço de tempo possível – embora esse povo viva para trabalhar!
Por causa da recessão, a população compra menos produtos secundários como vitaminas e aí a gente descobre que o que existe por trás dos comerciais sobre essa ou aquela vitamina que é melhor nisso e naquilo não tem nada a ver com a verdade sobre a vitamina. Também aumenta a quantidade de comerciais maravilhosos sobre remédios “milagrosos”. Isso só tem a ver com o poder de persuasão dos laboratórios fabricantes. Quanto mais poderoso, mais o laboratório paga profissionais para produzir “benefícios” de certos complexos vitamínicos ou de certas vitaminas em particular, sem dizer que cada corpo é um corpo e que tem corpo que não precisa de vitaminas além daquelas contidas nas frutas, cereais e vegetais ingeridos pela alimentação diária, balanceada, saudável. Por exemplo, a vitamina C era fortemente aconselhada como suplemento nas crises de herpes simplex. Agora, é de público que a vitamina apropriada como soroconversor da herpes simplex é a vitamina A, porque é antivirótica, embora seja ela, em excesso, redutora da concentração de Cálcio (Ca) e Fórfaro (P). Isto é, para alguém com deficiência de Cálcio e Fósfaro, e que contraiu herpes simplex, a vitamina A vai piorar as condições orgânicas.
Esses achados ficam por conta do desenvolvimento das pesquisas feitas com a análise do cabelo das pessoas para tratamento com suplemento nutricional e recuperação da queda do cabelo, entre outras coisas ao cabelo relacionadas, e o exame de DNA. Já é público que a necessidade de vitaminas é individual e não generalizada, isto é, um complexo pode ajudar a uma pessoa e adoecer outra. Finalmente chega a consciência de que somos seres únicos e não podemos ser tratados como gado no pasto onde o capim serve para todos. Havia também a crença de que vitamina D deveria ser tomada por crianças durante os meses de inverno, quando o Sol não aparece e hoje já é sabido que nada substitui a falta de Sol na pele – embora a exposição ao Sol contribua para o aumento da vitamina D natural do corpo. Em alguns biotipos, vitaminas tomadas em excesso, no inverno ou no verão, ajuda a desenvolver pedra nos rins entre outras deficiências físicas. Há vitaminas só para o inverno e só para o verão. É só observar as frutas da estação que você descobre o segredo da natureza dentro de nós mesmos. Por exemplo, melancia no inverno só as geneticamente modificada e produzida em estufa, isto é, fora da essência natural dela mesma. Por isso não têm o mesmo sabor, cheiro e cor. É como o salmão que eles colocam corantes para ficar dourado.
Outra crença desenvolvida pelos grupos econômicos era que a vitamina D, associada a cálcio, tomados diariamente, ajudaria a emagrecer. Agora os estudos indicam que isso só funcionou com grupos de pessoas que faziam dieta com alimentos de baixa caloria, nada mais. Também de acordo com as pesquisas sobre a análise mineral do tecido do cabelo, em inglês chamada de HTMA (hair tissue mineral analysis), vem outra indicação que assusta muita gente: as vitaminas produzidas nos EUA só servem para certos pessoas, com certo biotipo, e que sejam norte-americanos – isto é, têm os mesmos hábitos alimentares. Não comem feijão, arroz, carne de boi crescido em pasto, não têm abundância de frutas tropicais, não se expõem ao Sol o ano inteiro, não se tocam, não trocam beijinhos no rosto toda hora como os brasileiros, não escutam música com frequência, não se exercitam, e a lista é grande! Recentemente foi tirado do mercado norte-americano um excelente remédio natural chinês para tosse porque exames concluíram que aquele remédio, embora natural, só era eficaz para o público que quase não come carne, come muita verdura todos os dias, é magro, etc – o que é exatamente o oposto do público norte-americano, onde a obesidade já é um problema de saúde pública.Para o chinês, que mora na China, o remédio funciona imediatamente.
Os dedos também estão sendo apontados para o Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos EUA, acusando aquele serviço público de não esclarecer à população que a dose mínima de cada vitamina recomendada diariamente é um estudo generalizado, isto é, não diz que cada corpo é um “ecossistema” único, individual – ninguém é igual – e com isso favorecer aos grupos econômicos. No caso da vitamina D, por exemplo, a dose recomendada pelo FDA, diária, é de 1000 i.u. para um indivíduo adulto. Além das diferenças individuais no nível de cálcio e fósforo, afetado diretamente pelo excesso de vitamina D, é preciso levar em conta se o indivíduo toma Sol diariamente ou não, se é propenso a ter problemas na tireóide ou não, etc. Esse exemplo vale para todo tipo de vitamina. Então, se você toma multivitaminas sem saber das suas reais necessidades, e se o seu organismo só precisa mesmo daquelas adquiridas na sua alimentação diária, está na hora de consultar um especialista. Uma coisa a gente tem certeza: uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras é tudo que qualquer corpo precisa e a exceção recai sobre aquelas pessoas onde há um registro familiar de deficiências transmitidas de geração em geração – de ordem genética ou adquirida. É preciso lembrar que a doença pode ser uma necessidade emocional. Não é uma regra, nem castigo de Deus. A natureza nos criou para sermos indivíduos saudáveis mas a gente é quem administra isso com os costumes e preferências pessoais.
Por José Joacir dos Santos – jjoacir@gmail.com