Estava na Indonésia. Aluguei uma casa que tinha a fama de aparecer almas e os moradores da rua evitavam até passar na calçada. Duas noites seguidas senti alguém tocar nos meus pés. Eu acordo até com o vento. Olhei ao redor e não vi nada. Demorei a adormecer. Que alma poderosa é essa que se esconde facilmente? Tenho facilidade de ver almas. Na noite seguinte, quase dormindo, senti novamente o toque nos pés. Desta vez estava armado com uma lanterna poderosa, grudada ao meu corpo. Apertei o botão na direção dos meus pés e lá estava o mostro: um imenso rato. Saltei da cama para matá-lo e aí descobri que havia toda uma gangue que tomava conta da casa à noite. Armamos ratoeiras e outras armadilhas pela casa inteira e pegamos 16 ratos grandes. Voltei a dormir tranquilo e até fiz gracinhas com a empregada. Poucos dias depois a cama inteira balançou. Como ocorrem muitos terremotos em Jakarta, virei para o outro lado. A cama balançou outra vez e eu pensei que eram os choques depois do terremoto. Mas aí a cama balançou forte. Levantei e parou de balançar. Se fosse terremoto não pararia. Andei pela casa, acendi as luzes e nada. Voltei para a cama e apaguei as luzes. A cama balançou. Olhei para o quarto inteiro sem acender as luzes nem a lanterna: senti um frio nas minhas costas e quando virei a cabeça lá estava uma mulher rindo para mim entre a cama e a parede. Acendei as luzes e não vi mais nada. Coisas desapareciam. Outas se moviam sozinhas. Vi muitas outras almas nessa casa e levantei várias vezes no meio da noite para ler trechos dos livros de Chico Xavier. Aos poucos a casa foi se acalmando até ninguém me incomodar mais. E eu lia em português mesmo.