Receber Reiki é um prazer que muitas pessoas, até incrédulas, já experimentaram. Mandar Reiki em dois minutos, independentemente da distância, era incompreensível até recentemente, e a maioria dos alunos do primeiro nível duvidavam da possibilidade. Agora já é rotina e um dos motivos que essa técnica deu credibilidade ao Reiki ao redor do mundo é exatamente porque pode ser efetivamente provado por qualquer pessoa iniciada, mesmo aquelas que não acreditam nem nelas mesmas. Pessoas de diferentes crenças experimentam Reiki e percebem a diferença que essa terapia energética faz na vida de pessoas, plantas, animais e lugares físicos. Já apliquei Reiki em incontáveis pessoas e me aplico desde o primeiro dia em que fui iniciado. O toque das nossas mãos no corpo, com a energia universal canalizada, preenche filamentos emocionais, mentais e físicos que a gente não compreende de imediato.
Receber a energia diretamente do Universo, de forma gentil, silenciosa e atuante dá uma enorme sensação de bem-estar. Com a prática, ela percorre o nosso corpo e atinge pontos e níveis diferenciados e surpreendentes. É a conexão direta com o Sol Central. Qualquer pessoa pode ter essa experiência desde que seja iniciada por um mestre, presencialmente, e pratique a qualquer hora, lugar e número de vezes. Até agora nada disso é novidade para os praticantes. Reiki não requer que a possoa acredite para poder sentir. É físico. Qualquer pessoa pode sentir e tudo o que precisa é encontrar um reikiano disposto a aplicar a técnica. O entendimento da novidade que trago neste texto talvez seja reduzido àquela parcela da população espiritualista que acredita na vida após a morte física. Não há uma relação direta entre ser reikiano e ver espíritos. Relato a minha experiência por ter ambas as habilidades, que muito agradeço ao universo.
Já estou acostumado a lidar com espíritos, almas penadas, gente que morre e se desespera à busca de alguém que possa ajudar a compreender o processo de viver sem o corpo físico. Mesmo assim cada experiência é nova, completamente, e requer que a gente esteja preparado para lidar com o inusitado, sem julgamentos. Ter me especializado em psicanálise, psicossomática e medicina oriental ajudou muito a lidar com o mundo dos espíritos e com a missão de ser visto por aqueles que a maioria não consegue ver. Isso não é um privilégio, é uma missão – a qual foi muito duro o caminho para que eu chegasse a este momento. Rejeitei até quando o que estava em jogo era a minha inteligência. Acreditar é as vezes uma questão de inteligência.
A passagem para o outro lado da linha da vida é tão indolor e as vezes tão rápido que a gente não se dá conta. Morrer é lindo, quando isso acontece por causas naturais. Ao contrário do nascimento, quando nosso intelecto é reduzido para que vivenciemos a infância, o ato da morte pode ser um dos mais mágicos da nossa vida. Muita gente sofre muito quando descobre que algo mudou e não compreende o que mudou. Quando as pessoas ao redor não nos vêm é sinal que a gente está em um outro estágio dimensional do tempo. Quando se sai do corpo há momentos parecidos, mas a gente sabe que está fora do corpo e para ele volta de qualquer maneira. Quando a gente morre não é a mesma coisa e as tentativas de voltar ao corpo são frustrantes e cobertas de sofrimento – especialmente quando a família se desespera, chora, lamenta, faz cenas e começa a buscar lá no fundo do saco tudo o que é culpa na relação conosco.
Já sabemos que há muitos voluntários no “recebimento”. Mas as vezes não há ninguém, muito menos aquela famosa luz chamando para o paraíso. Quando todas as ilusões de voltar ao corpo acabam, por exemplo, depois do funeral, então é que o conteúdo emocional gravado em cada um de nós vem à tona. As vezes as pessoas escutam os conselhos e seguem o caminho da luz, mas as vezes as pessoas se recusam a aceitar que morreram.É a hora de achar alguém que possa dizer o que está acontecendo. A noção de tempo desaparece e então a gente procura alguém com a “luzinha” acesa na testa. Essa luz pode ser vista de longe, independente das paredes. Para alguns, não interessa se a pessoa está dormindo ou acordada e a tentativa de contato é feita.
Nas casas onde moro preciso pedir ajuda e nomear um guardião para as portas e janelas senão há invasão de espíritos desesperados por ajuda; aqueles engraçadinhos que vem para perturbar, para roubar energia vital e sexual; e aqueles que acham que perto daquela pessoa pode estar segura. Há casos e razões diferentes. Para se ter um guardião na porta e nas janelas é só pedir ao nosso anjo-da-guarda que nomeie, dando as instruções sobre o objetivo, isto é, não deixar entrar ninguém que não tenha a permissão dos nossos guardiães, anjos-da-guarda e protetores. As vezes temos mais de um, cada um com funções diferenciadas, as quais podem ser por segundos ou pela vida inteira.
Esse cidadão chegou quando eu me preparava para dormir. Perguntei quem era e o que queria e ele não respondeu. Então deixei prá lá e tentei me agasalhar para dormir. Ele continuou lá. Perguntei mais uma vez e nada. Expliquei que esta é a minha casa e por favor se retirasse. Nada. Lembrei que não havia renovado o “contrato” com os guardiães das portas e janelas mas agora era tarde. Então, sentei na cama e encarei a figura. Ele não se mostrava (aqueles que não se mostram podem ser perigosos, traiçoeiros ou simplesmente não sabem se mostrar). Comecei a falar alto, mentalmente, forçando ele a tomar uma atitude, ou revelar o que queria ou ir embora da minha casa. Sem resposta, escutei uma outra voz dizer: faça Reiki (era um dos meus mentores). Comecei a fazer Reiki e imediatamente aquela pessoa se prostou na minha frente para receber. Fiquei surpreso. Não o via mas sentia os movimentos. Continuei a fazer Reiki. Aos poucos a imagem dele começou a se mostrar como uma tela de computador recém ligado. Ele sorria. Foi ai que entendi que ele tinha morrido e não sabia o que fazer nem pensar. A vida que acabou de largar para trás não acreditava em nada. Por que você não fala? – perguntei. Imediatamente ele respondeu mas a voz não tinha som. A boca gesticulava mas não saía som algum, como uma televisão com o volume no zero. Compreendi que ele não tinha energia suficiente para ativar seu próprio poder mental e sua voz. Continuei a aplicar Reiki até que ele se estabeleceu, emocionado, e eu dei instruções dele chamar a luz. Primeiro disse que ele havia morrido, que não se preocupasse com nada e que chamasse a luz. Não demorou muito e o “relâmpago” aconteceu. Ele se foi.
A diferença de dimensões, a daqui e a de lá, já faz a gente não ouvir naturalmente as pessoas. Quando o indivíduo tem um mental fraco isso não se amplia – a fraqueza mental pode ser por falta da prática da intelectualidade, estudos, ou como consequência de vícios como a maconha e fumo bruto. Para tudo precisamos de energia, inclusive para pensar. Quem perde energia demais no ato da morte, por questões físicas, mentais ou emocionais, precisa recuperá-la para poder pensar com clareza e tomar atitudes. Por isso que a coisa mais importante e talvez a única coisa que temos que fazer diante da notícia de alguém que morreu é rezar – e mandar mensagens de paz, de alegria, de saúde. A oração e as palavras positivas, assim como mantras, têm energia pura, dourada e obedecem comendo mental. Chorar, desesperar, fazer cenas, escândalos só perturbam e atrapalham a mente da pessoa que se foi. Já sabia que Reiki funciona para quem já passou para o outro lado, mas foi a primeira vez em que alguém veio pedir ajuda e apliquei Reiki para que ela pudesse se reerguer e seguir o seu caminho na eternidade. Reiki cada vez mais me surpreende pelas infinitas possibilidades de utilização dessa técnica sagrada e milenar. Na minha prática clínica, adquiri o hábito de enviar Reiki para todos os clientes e pude ver o resultado com clareza, rápido. Quisera que todos os profissionais de saúde, em todos os níveis, pudessem ser iniciados em Reiki para poder utilizar essa técnica silenciosamente quando a porta do consultório é fechada no final do expediente. Eu fiz isso muitas vezes e me surpreendi com a eficiência e a rapidez dos resultados porque a história de cada cliente está conectada com diversas dimensões dele mesmo, muitas das quais só a oração alcança. jjoacir@gmail.com
Por José Joacir dos Santos