Alguma medicamentos, asteroides, cafeína, álcool, fumo, maconha, cocaína e outras drogas misturadas, assim como a mistura de remédios legais com maconha, álcool ou cocaína, interferem diretamente no funcionamento equilibrado do sistema nervoso central e seus resultados variam de indivíduo para indivíduo, dependendo da constituição do sistema imunológico de cada um. Com o tempo, esses vícios evoluem para doenças graves e muitas vezes irreversíveis, isto é, incuráveis. De um modo geral, os viciados escondem ou tentam esconder, deles mesmos, os efeitos colaterais dos vícios, embora esse período de negação só contribua para a exposição e consequente intoxicação dos órgãos físicos na formação de doenças mentais, emocionais e físicas. Por exemplo, já se sabe que o déficit de atenção (ADHD) tem várias origens e uma delas é o uso de drogas e/ou álcool durante a gravidez, assim como ambientes familiares agressivos e estressantes na infância. Parentes, colegas de trabalho e amigos em geral podem identificar facilmente quando alguém está se tornando viciado ou já desenvolvendo doenças provenientes da constante exposição ao vício – autodestruição.
Como uma pessoa demonstra está viciada? As mãos tremem pela manhã, a pessoa começa a ter dificuldade de enfrentar pequenos e rotineiros problemas, isto é, de qualquer gota dágua faz uma enorme tempestade, as vezes duradoura. O cheiro da pessoa fica ácido, enjoativo. Diminui a capacidade de executar tarefas, por exemplo, o excelente motorista começa a bater o carro, brigar na rua com outros motoristas, torna-se mais distraído etc. Brigas em qualquer lugar, na rua ou em casa, por qualquer motivo. Discussões na cama… ou falta de apetite sexual. O organismo começa a pedir mais doses. Algumas doenças não se curam nunca em pessoas viciadas: alergias, herpes, rinites, congestionamento nasal, dores lombares etc. De um cigarro passa para dois etc. Têm crises de compulsão pelo objeto do vício. Um comprimido passa a não fazer mais efeito e o corpo pede outro. Tive um cliente que tomava cinco comprimidos para dormir quando apareceu no meu consultório a primeira vez. Passa a falar mais no vício querendo a aprovação de quem escuta. A pessoa diz que fumou durante muito tempo mas deixou… É quase sempre mentira.
O grupo de amigos passa a se reduzir ao público do mesmo vício. Neste caso, é fácil observar os amigos da pessoa porque cada um tem uma progressividade diferenciada no vício assim como mostra mais facilmente que outros viciados. O viciado em maconha, por exemplo, vê uma notícia de aprisionamento de uma carga e cai na defensiva do uso da maconha, isto é, o viciado defende o fornecedor, seja café, álcool e de qualquer coisa. É comum o viciado em remédios ficar brigando na rua ou no balcão da farmácia quando há aumento de preço dos medicamentos. Um forte sinal é quando a pessoa começa a deixar de fazer aquelas coisas que gostava muito, por exemplo, jogar bola. Apesar de perceber que o vício faz mal, a pessoa insiste nele sem medir consequências. Outro forte sinal é que a pessoa perde o vocabulário, passa a gesticular muito e esquece o nome das coisas, chamando tudo de “coisa”, “treco” etc. Chamam as pessoas de “cara”, “maluco”, etc. Nos anos setenta, os viciados em LSD, maconha e cocaína chamavam as pessoas de “bicho” e o Brasil importou isso como se fosse “legal, mora?”. Assim acontece com as tatuagens e outras “ importações”.
Já se sabe que o filho de alcoólatra tende a ser alcoólatra, isto é, os vícios são passados, também, geneticamente porque a informação passa para a memória celular e o código genético é transmitido de pai para filho. Cerca de 98 por cento das crianças largadas em orfanatos por pais drogados ou que morreram em consequência dos vicios têm câncer ou sérios problemas fisiológicos (por exemplo, deficiência respiratória e cardíaca) e mentais, segundo fonte do serviço social de uma grande instituição que pediu anonimato. Também já se sabe que viciados em maconha, cocaína e remédios para dormir desenvolvem psicoses, manias, tiques nervosos, dificuldades de raciocínio, irritação permanente, intolerância, esquecimento que evoluem para Mal de Parkinson, insônia crônica, síndrome bipolar até o nível IV, maniaco depressivo, déficit de atenção (ADHD, especialmente adolescentes e jovens até 23 anos. Eles perdem a noção de limite), lesões celebrais, deficiências renais, respiratórias, circulatórias, cardíacas, digestivas (muita prisão de ventre, dificuldade de defecar, urina muito amarela, etc.) e os homens passam a ter dificuldade de ereção.
Quando o viciado vem de uma família com tendência a diabetes ou está no grupo de risco de diabetes como os obesos, quanto mais rápido se submeter a um tratamento psicoterapêutico mais chances têm de impedir a evolução do vício e de seus efeitos colaterais duradouros ou permanentes. Se você está cometendo um dos vícios acima, corre o risco de piorar os efeitos se tomar antidepressivos. Álcool, café e chocolate são utilizados como combustíveis para outros vícios. Qualquer um deles provoca desequilíbrio nos órgãos internos como estômago, intestino, cólon, baço, fígado, pâncreas e sistema uninário (rins) se a pessoa não toma água suficiente. Dos três, álcool é o que causa mais problemas sociais e separações familiares em todo os países onde bebida alcoólica é livre. Nos EUA “methamphetamine” já está na lista de vícios. Adolescente viciado consome qualquer tipo de medicamento que pode comprar quando não tem ou não pode comprar aquilo em que é viciado.
Além da psicoterapia, o viciado deve ser olhado pela família com compaixão mas firmeza, sem julgamentos e acusações mas oferecendo a chance de tratamento. Todo tratamento depende do tempo de vício e as vezes é muito doloroso para a família ter paciência e persistência suficientes para suportar as recaídas e a quebra dos tratamentos de desintoxicação, o mais eficiente até hoje. Quanto mais cedo foi identificado o vício mais chances há de tratamento e de evitar que o vicio evolua para outras doenças acima citadas. É extremamente aconselhável que a mulher viciada ou que tem um parceiro viciado a não engravidar pelo risco de ter uma criança defeituosa mental ou fisicamente.
É preciso entender que o período de negação do vício é um mecanismo de defesa, mas não é uma justificativa duradoura. Quando alguém na família ou na amizade é suspeito de ser viciado, é preciso ter cuidado e compaixão para abordar o assunto porque dependendo da maneira como isso é feito a pessoa pode reagir fugindo para um território “seguro”, pode passar a evitar quem abordou ou se aprofundando no vício. Se você observa que está se viciando, tente quebrar a frequência e se abster. A abstenção é muito dura em alguns casos, especialmente maconha, cocaína, remédio para dormir. Uma coisa que ajuda, juntamente com terapia, é: na hora da vontade, nadar, correr, dançar, tomar muita água. Por exemplo, o viciado em cocaína sente muita vontade de comer doces. Então, quando notar essa vontade, mergulhe em um esporte. Isso pode não funcionar para em alguns casos. A família ou pessoas próximas podem ajudar o viciado a ir a uma sessão dos Alcoólicos Anônimos (alguns grupos já lidam com outros vícios) ou outros grupos de ajuda e ter a coragem de pedir ajuda. Sem o apoio da família e de amigos próximos ninguém sai de um vício sozinho, mesmo com terapia. Por José Joacir dos Santos, jjoacir@gmail.com