Vários estudos científicos comprovam a mesma teoria: a violência, doméstica especialmente, altera o desenvolvimento cerebral e ativa gatilhos emocionais como o medo. Quando ocorre na infância ou adolescência, o trauma pode se prolongar atá a vida adulta.
O mais recente foi realizado em Porto Alegre pelo Instituto do Cérebro, da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), publicado no jornal Folha de S. Paulo de 16/04/2019. O público-alvo foram estudantes da rede estadual de ensino público. “Abuso sexual, agressões físicas de familiares ou colegas de escola, testemunhar violência contra terceiros e até mesmo ser ofendido são ações que podem modificar os cérebros de jovens de 9 a 13 anos, possivelmente prejudicando a capacidade de empatia e a memória”, atenção, habilidade para o aprendizado, dificuldade de convivência social. Há grande probabilidade de que a pessoa submetida a esses traumas possam reproduzi-los contra outras pessoas.
“Estudantes agredidos ativam área ligada ao medo, podem ter dificuldade em ler expressões faciais e menor nível de atenção”. Esse estado de “paralisação” emocional pode ser visto no olhar parado de menores infratores expostos ao abandono nas ruas, nos orfanatos etc. Criminosos adultos também expressam tal “paralisação”, que evolui para outros estados alterados do comportamento e a informação traumática pode ser repassada e reproduzida nas gerações futuras pelo DNA.
José Joacir dos Santos, psicoterapeuta