Nem sempre o que a gente ver nessas viagens astrais é o que realmente existe porque utilizamos nossos padrões de comparação terrenos e nas dimensões paralelas tudo é muito diferente da nossa. Estava em um lugar onde os prédios pareciam afundar. As pessoas gritavam. Era horrível o cenário. Eu e outras pessoas tentávamos escapar dos afundamentos, correndo de um lado para outro, entre elas Neide Margonari, uma moça parente dela e um colega do meu trabalho. Não era um terremoto, era a natureza do lugar. Os prédios afundavam no chão sem a terra tremer. Quando os afundamentos acabaram, eu não sabia onde estava e as pessoas que conhecia não estavam mais comigo. Caminhei e cheguei a um lugar onde era uma espécie de clínica. Havia pessoas na fila de atendimento e entrei nela. A mulher que me atendeu não perguntou nem o meu nome, mas reclamou porque eu não tinha vindo antes. Disse a ela que não sabia como chegar ao lugar. Olhou-me de cima a baixo e deu-me um banho de ervas. Só as ervas, sem água, e em pé. Depois disso me mandou tirar a roupa. Acanhado, porque havia outras pessoas na sala, tirei a roupa, deitei-me no chão e ela me cobriu de folhas de coca, as quais eu nunca havia visto de perto. Perguntou se eu fumava. Disse que não. Aí ela me deu uma olhada profunda e disse que havia alguém que fumava muito grudado em mim. Entendi que esse alguém era espiritual e invisível naquele momento. Achei meio estranho as folhas de coca, mas em seguida uma auxiliar veio e recolheu todas as folhas para ¨fazer um diagnóstico¨. Em poucos minutos o diagnóstico estava pronto e eu sentía uma forte vontade de urinar. Aquela senhora chamou a auxiliar, que me levou a um quarto parecido com um banheiro, sem chuveiro. Em seguida entra um homem, baixo, diferente, nú, pouco visível. Era como se eu estivesse sem óculos olhando para ele. Segurou meu braço esquerdo e sem uma palavra começou a urinar. Percebi que ele dizia mentalmente que eu urinasse. Sempre tive vergonha de fazer isso na frente de outras pessoas mas imediatamente comecei a urinar.
A mão dele segurando o meu braço tinha uma função especial, mexia com todo o seu sistema urinário. A urina começou a sair amarelada, copiosa e em seguida objetos estranhos saiam também pela urina, parecendo mariscos. Em certo instante aquele homem evapora, some no espaço. Parei de urinar aquelas coisas estranhas, abri a porta e a auxiliar me leva para outro quarto. Ali, ela me manda vestir uma ¨roupa¨, igual ao meu corpo físico, confeccionada de um algo meio líquido, pastoso, meio sólido parecendo restos de vísceras de animais. Vesti sem pestanejar. Aquela vestimenta se acoplou anatómicamente ao meu corpo. Volta aquela senhora e me manda raspar com as mãos aquela coisa grudada no meu corpo e aí eu percebo que aquela vestimenta materializava tudo tipo de doença psiscossomatizada e grudada no meu perespírito. Como poderia ter tantas ¨tumores¨ como aqueles em meu perespírito, pensei, e a senhora respondeu também mentalmente que era o lixo emocional. Há detalhes neste momento que tenho dificuldades de descrever, mas posso dizer que nunca vi algo tão real em toda minha vida, foi uma aula de anatomía espiritual. Foi muito duro arrancar do meu perespírito aquele material que parecía gosma, mas consegui. No final no tratamento, ela me disse para voltar. Antes de voltar para o meu corpo físico nesta vida compreendi que aquela sensação de afundamento era natural para as pessoas em viagem astral em visita ao lugar. Caminhei pelo lugar e vi que havia outros centros de saúde iguais e especializados em outros coisas, um ao lado do outro. Estava localizado no Planalto Central, perto de Brasília, e aquele que fui atendido chama-se Colonia 35. Voltei para minha cama e hoje percebo que estou bem mais disposto físicamente. Madrid, 22/08/2013