Por José Joacir dos Santos
Fui dormir mais cedo porque tive um ataque de pressão alta. Meu cachorro Odé estava sendo operado depois de comer um saco plástico. Mandei Reiki à distância e quando fazia isso o meu coração disparou elevando a pressão. Fui para a cama relaxar e emitir comandos mentais de calma e tranquilidade. Senti meu corpo espiritual se preparar para largar o corpo físico, mas isso não era um momento propício por causa da pressão alta. Tentei de todas as maneiras que isso não acontecesse porque há risco de ataque cardíaco quando se deixa com pressão alta. Mas, acabei saindo sem saber para onde.
Desci de um transporte parecido com metrô. Quando a porta se abiu tive que grudar na parede que havia na frente para o transporte sair. Parece que o motorista errou de cálculo, porque mais na frente havia espaço suficiente sem risco de atropelamento e ele parou pouco depois dificultando a minha saída. Quando ele partiu, vi as pessoas caminhando para um templo. Quando vi a paisagem, fiquei ansioso para fazer o mesmo. Por fora, o templo era todo de paredes brancas e o telhado bem no estilo oriental.
Finalmente entrei e segui um longo corredor até o primeiro altar. Ali fiz minha oração de respeito pelos donos da casa. Não havia muitas estátuas e objetos como normalmente há nos templos orientais. Um corredor à esquerda dava para uma loja de objetos religiosos artesanais. Neste momento tive a certeza de que estava no Japão. Todos os objetos que sempre quis ver de perto estavam ali. Coloquei a mão no bolso e então lembrei que estava fora do corpo físico. Tudo era muito nítido como se fosse dia. Tentei conversar com alguns empregados ou monges e até havia um que disse ser brasileiro e falava sem sotaque algum.
Na parte de traz do templo havia um campo enorme, cheio de árvores frutíferas e de decoração. Um lugar muito bonito e bem conservado. Olhei no horizonte e percebi que a propriedade era enorme. Um dos monges me advertiu que havia cobra por ali. Mal acabou de falar e eu vi uma cobra grande, grossa e amarela, vindo na minha direção. Imediatamente disse que não tinha medo de cobra. Ela veio, chegou bem perto de mim e tomou outro rumo.
Um capim da altura do meu peito chamou minha atenção. Coloquei minhas mãos naquela direção e todo o capim floriu imediatamente. O vento produzia uma espécie de música que me emocionou e impressionou. Resolvi estender as mãos na direção das árvores e o mesmo aconteceu. Em pouco tempo tudo era flor. Bandos de pássaros começaram a voar na minha direção.
A essa altura eu já tinha esquecido tudo para traz. O que queria era colocar minhas mãos e ver as flores surgirem nas plantas. Os pássaros faziam uma algazarra imensa e um grupo deles, de penas brancas, se transformou em luz sobre minha cabeça. Seria o Espírito Santo? — pensei. Se era ou não, foi uma das mais lindas imagens que já vi em viagem astral.
Um ruído me chamou à atenção a certa distância. Era o transporte de volta. Notei que havia outras pessoas voltando no mesmo transporte. O encaixe no corpo físico se deu de forma suave. Não queria sair da cama. Mais tarde receberia a notícia de que Odé tinha falecido.